A estranha beleza dos Vanishing Twin é contagiante. São como aliens que regressam à terra, volta e meia, convidando-nos a viajar por ondas e mares de sons que não são deste planeta. E nós, claro, tiramos sempre bilhete e lá vamos com eles, sem hesitações, por onde nos quiserem levar.

Melenas – Ahora (2023)
Krautpop viciante cantado em castelhano? São as Melenas, um grupo de quatro raparigas que fizeram um dos discos mais frescos do ano.

Joni Mitchell – Mingus (1979)
Joni Mitchell a colaborar com Charles Mingus é o casamento perfeito em teoria. Na prática? É a montanha a parir um disco tão fraco que devia ser subterrado por uma avalanche.

Joni Mitchell – Don Juan’s Reckless Daughter (1977)
Ao seu nono disco de estúdio, Joni Mitchell trocou as voltas a muita gente, apresentando-nos uma obra-prima que talvez poucos aceitem como tal. Don Juan’s Reckless Daughter é um disco aventuroso, um disco que se atreve a ser tão belo quanto experimental.

Joni Mitchell – Hejira (1976)
Em 1976, Joni Mitchell estava em fuga. De um namorado, da fama, do seu universo sonoro e da vida. Um ano antes fez parte da trupe da Rolling Thunder Revue de Bob Dylan e conduziu pelas estradas americanas durante semanas. Pelo caminho encontrou um novo som e um novo rumo para a sua música.

Joni Mitchell – The Hissing of Summer Lawns (1975)
Já com grandes e cultuados discos na bagagem, Joni Mitchell estava disposta a fazer algo de novo. Sem grandes radicalismos, mas com vontade de experimentar e de usar novos recursos, veio ao mundo The Hissing of Summer Lawns.

Joni Mitchell – Court and Spark (1974)
Joni Mitchell regressa a L.A. com todos os seus pontes fortes e um arsenal de novas armas: uma paleta alargada pelas influências jazz e country e uma energia e uma confiança nunca antes vistas.

Joni Mitchell – For The Roses (1972)
For the Roses é um belíssimo meio caminho entre a voz-piano de Blue e as amarras soltadas nos discos seguintes – com uma capacidade de olhar para dentro, cantar e poetizar emoções universais que poucos músicos, cantores ou escritores tiveram na história.

Joni Mitchell – Ladies of the Canyon (1970)
Um excelente disco de transição que reúne o melhor do que Mitchell já fizera e aponta pistas para o que viria a seguir.

Joni Mitchell – Clouds (1969)
Folkie e acústico como o disco de estreia, Clouds é ainda mais belo e profundo. A casa de “Both Sides Now” e “Chelsea Morning”.

Joni Mitchell – Song to a Seagull (1968)
O disco de estreia da artista Joni Mitchell, um álbum conceptual, de canções simples e, contudo, notáveis.

The The – Soul Mining (1983)
Soul Mining é a obra maior dos The The, excêntrico e melódico ao mesmo tempo.

Nation of Language – Strange Disciple (2023)
No terceiro álbum dos Nation of Language, a banda continua o bom caminho.

Boygenius – The Record (2023)
O aparecimento deste supergrupo em 2018 já tinha sido motivo de alvoroço. 2023 vê finalmente o lançamento de um álbum de Boygenius e é o que se esperava. Ótimo.

Nourished by Time – “Erotic Probiotic 2″ (2023)
Tem ritmo, tem classe, vicia, é caseiro, é perfeito na sua imperfeição, é Nourished by Time.

Chavela Vargas – Noche Boemia (1961)
O álbum de estreia de Chavela Vargas, Noche Boemia, é arrebatado e melodramático. Como um coração sangrento num pano de linho.

Devendra Banhart – Flying Wig (2023)
Não dizer muito bem, como gostaríamos, de quem gostamos muito, é uma chatice. Mas, a ser feito, que se faça com o respeito que o músico nos merece. Devendra Banhart não fica bem de peruca.

Cesária Évora – Voz d’Amor (2003)
O nono disco de Cesária Évora, Voz d’Amour, é repassado de dor e saudade.