Ouvir Roxy Music, o álbum de 1972, continua a valer muito a pena. É o que se espera de um clássico. Nem mais, nem menos.
“I’ll Come Running” – Brian Eno
A mestria de Eno, aquela que cerebralmente intelectualiza a pop, desagua por paradoxo nesta irreverência orgânica, de uma pop que verdadeiramente acessibiliza uma música livre por fundamento.
Carga Aérea – Ocorrência em Aberto (2017)
Carga Aérea chega e impõe-se. Instala-se aos poucos, acomoda-se e já não parte para qualquer outro lugar. A implosão que provoca no ouvinte é irreversível. Ocorrência em Aberto é uma monólito sonoro de média dimensão. Dura trinta e dois minutos e…
Ryuichi Sakamoto – async (2017)
Depois de muitos anos de silêncio, o yellow magic man está de regresso. Vem com mais de duas mãos cheias de belíssimos temas. Vem renovado e com vigor, mas também repleto de uma mágica melancolia que me enche o peito de contentamento.
The Gift – Altar (2017)
Altar é o disco mais arrojado dos The Gift desde Film, de 2001. Brian Eno ajuda, mas o fundamental está nos alcobacenses: um renovado sentido de experimentação aliado ao desenho de superlativas canções.
Brian Eno – Reflection (2017)
Brian Eno volta às brincadeiras sérias ao redor dos silêncios. Reflection abriu 2017 propondo-nos um caminho de paz e reconciliação.
“Fickle Sun (III) I’m Set Free” – Brian Eno
Termino esta semana com uma das mais belas criações musicais que este ano nasceram (ainda que sendo uma versão de uma canção com quase 50 anos). Pode ter sido um ano difícil para a música e para o mundo no geral mas…
Salto – Passeio das Virtudes (2016)
Com mais dois membros, os Salto tornaram-se orgânicos e ácidos. Falam menos de desamor e mais de vida/morte. Mas ainda falam de amor. Se a vida depois da morte for uma festa numa “cidade branca” repleta de música negra, então os Salto instituíram em 2016 um credo novo. Se substituir versículos por canções e vestes rasgadas por sintetizadores, verá que Passeio das Virtudes é uma epopeia (quase) bíblica.
“The Satellites” – Brian Eno & Karl Hyde
Someday World foi um dos resultados da colaboração entre Brian Eno e Karl Hyde em 2014. O primeiro dispensa apresentações. O segundo, a quem este nome não diz nada, é um dos fundadores e frontman da banda britânica Underworld. “The Satellites”…
Backwater – Brian Eno
Quatro músicas de 1977 que todos deviam conhecer. Porquê quatro? Porque sim. Porquê de 1977? Porque sim. Porque é que deviam conhecer? Porque sim. 3 de 4 – Brian Peter George St John le Baptiste de la Salle Eno é,…
Brian Eno – The Ship (2016)
Sou um admirador incondicional de Brian Eno e da sua vasta obra, mesmo quando grava (ou gravou) discos que considero de menor ou até mesmo residual interesse. É um mago, um pioneiro, um artista multifacetado, sempre uns bons quilómetros à…
Como um gato do Japão: as sete vidas que Bowie nos deu
Há tanta heterogeneidade no seu percurso – no estilo de vida, aparência, sexualidade, drugs of choice, música que fez – que parece que Bowie não viveu uma vida mas muitas, “like a cat from Japan”, como o próprio nos chamou a atenção em “Ziggy Stardust”.
Canção do dia: A New Career In A New Town – David Bowie
David iniciava uma nova etapa da sua vida em Berlim. Soçobrado pela droga, a recuperação seria lenta e dolorosa. Encontrava-se num estado, à presença de pior expressão, low. Todavia, a faixa é optimista. Ofuscantemente optimista. Talvez houvesse esperança ao fundo…
David Bowie – Lodger (1979)
Lodger é o último álbum da trilogia de Berlim. Se Station To Station serviu como um álbum de transição entre a “Plastic Soul” de Young Americans e os dois primeiros álbuns da trilogia, Lodger encerrava esse capítulo, servindo também como…
David Bowie – Heroes (1977)
Quando no final de 1976 se mudou de malas e bagagens de Los Angeles para Berlim, David Bowie estava à beira do abismo. Mesmo com “Fame” e “Golden Age” a vingar nos tops do ano anterior, Bowie estava na falência…
David Bowie – Low (1977)
Este texto, beneficiado pela historiografia, já conhece o feliz (e recheado) destino artístico de David Bowie – que, mesmo post-mortem, se prolongou. Mas e se, em 1976, a carreira de David Bowie tivesse terminado, afogada pelas mágoas de um casamento…
Canção do dia: Heroes – David Bowie
Estávamos em 1976. Um Bowie falido e à procura do anonimato levou-o à cidade de Berlim, local onde se reinventou mais uma vez com a sua chamada “Trilogia de Berlim”, aquela que é para mim a sua fase mais interessante.…
Canção do Dia: Eno’s Introducing the Band – Suede
Suede com Brian Eno? Sim, aconteceu. «Introducing the Band», faixa de arranque do icónico Dog Man Star, de 1994, foi remodelada pelo influente produtor e compositor inglês. Lado-B de «The Wild Ones», foi a única cantiga que os Suede cederam…