Alexandre R. Malhado
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Apesar de pinga-amor e bonacheirão, Alexandre José Ribeiro Malhado cresceu saudavelmente na Portela de Sacavém. Cedo lidou com o hino do Benfica e com os discos familiarmente empoeirados e antigos que o fizeram discernir. O Rock ‘n’ Roll do pai, a Soul da Motown da mãe e as modernices do irmão. Os Petrus Castrus, os Whispers e os Pantera conviviam todos alegremente no mesmo gira-discos e, acima de tudo, no universo daquele rapaz pinga-amor e bonacheirão. Hoje, mais graúdo e barbudo, tornou da música e do jornalismo o seu credo. Guitarrista dos Supreme Soul e licenciado em Comunicação Social e Cultural na Universidade Católica Portuguesa, Alexandre augura partilhar a sua nuvem com António Sérgio, Martin Hannett e Frank Zappa no Éden da música. Até lá, continuará a ouvir e a escrever.

Tom Waits – Small Change (1976)

Small Change é a lamúria de um bêbado. De bar em bar, lamenta “o seu mau fígado e coração partido”, chora “aquela que escapou”, faz tatuagens e paga lap dances, tudo para afogar as mágoas. Um diamante de Waits banhado…

Roger Waters || Altice Arena: Um melancólico do advento nuclear

Na sua digressão de despedida, Roger Waters trouxe a Lisboa fatalismo de quem vai fazer 80 anos e vive na iminência de guerra nuclear.

Playlist da Semana: No mínimo assustador

Como a qualidade de uma canção não é sinónimo de audições fáceis, a curadoria Altamont preparou esta semana uma playlist difícil. De terror, de morte, de sons inesperados e fantasmagóricos. Boa sorte, tudo de bom e até uma próxima vida — se existir.

Arcade Fire || Campo Pequeno: Uma explosão de alegria

Foi uma alegria que ninguém pôde conter. Hit atrás de hit, os Arcade Fire não mudaram o tom dos seus concertos — e no primeiro dia de Campo Pequeno, nós cantámos aos berros todas as músicas de Butler e Chassagne.

Playlist da Semana: Meo Kalorama

Terminou o MEO Kalorama. Viveram-se três dias intensos com grandes canções, entoadas, berradas (e até choradas). Agora é altura de recordar o festival através do que se ouviu. Eis os destaques Altamont do que se tocou no novo festival

Playlist da Semana: Os virtuosos

Não interessa se é da pop ou do krautrock, do death metal ou da soul. Venha o indie e o grindcore. Tudo cabe nesta playlist cuja única regra é: complexidade.

Conferência Inferno – Ata Saturna (2021)

Ritmos maquinais dançáveis, hinos orelhudos em cordas MIDI, spoken word e uma atitude punk e melancólica. Onde é que já ouvimos isto?

Kaiser Chiefs – Employment (2005)

Com riffs reconhecíveis ao primeiro dedelho, Employment, dos Kaiser Chiefs, arranjou o seu espaço na história da música britânica.

Névoa – Towards Belief (2020)

Ao terceiro longa duração, o duo portuense de Black Metal encontraram uma fórmula para encaixar no seu caos distorcido e gutural a elegância jazzística do saxofone e do trompete.

Playlist da Semana: Bourbon de isolamento

Do delta blues do Mississipi à voz de bagaço do Waits de New Orleans, sem esquecer o pós-punk do subúrbio Nottingham pelos temas dos Sleaford Mords, tudo serve para nos curar desta pandemia que nos escarra na cara. Figurativamente, claro.

Stella Donnelly – Beware of the Dogs (2019)

Em Beware of The Dogs, o seu disco de estreia, a australiana é doce, sim, mas é mordaz e espevitada, petulante e divertida nas canções de amor, ao longo de 13 temas.

The Cure – The Cure (2004)

Na ressaca do sucesso do nu-metal, os The Cure acrescentaram o peso certo à sua melancolia, participando na ressurreição do rock. O disco homónimo tem grandes canções mas foi eclipsado por novidades desse ano, como os Arcade Fire, Franz Ferdinand e Killers.

Playlist da semana: Austrália

Esta semana, viramo-nos para o melhor que a Austrália nos tem dado.

Peter Hook & The Light || Aula Magna

Ao oitavo concerto em Portugal em nome próprio, Peter Hook continua a entreter. Em mais de duas horas de concerto, deu o que o público queria, as canções que o fizeram famoso. Mas vale sempre a pena tentar sentir a…

Playlist da semana: Natal indie

Nem todo o Natal tem de ser “Jingle Bells” e “Santa Claus is Coming to Town”. O lado B das músicas natalícias pode ter distorção, blues e, até, tristeza. Porque em tudo nesta quadra de amor e tolerância tem de ser polido, sóbrio e bonitinho.

The Midnight Hour – The Midnight Hour (2018)

O DJ dos A Tribe Called Quest e Adrian Younge deitaram o MPC no lixo e usaram as skills jazzísticas de uma big band para fazer um grande disco de hip hop e soul.

Playlist da semana: A ciberdepressão

Eis a doença do século XXII tornada inspiração em pleno 2018. Com kicks sintéticos e baixos agressivos, a música não é aconselhável a epilépticos – mas ouça com phones e de luz apagada. E se quiser, dance.

Anna von Hausswolff – Dead Magic (2018)

Mais erótica do que temerosa, mais blasfema do que sagrada, Anna von Hausswolff faz do órgão um instrumento de auto-veneração. Mas Dead Magic é um requiem de música extrema que esmurra como se o ouvissemos da nossa própria sepultura. Do nascimento…