Beatriz Negreiros
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Ser humano pigmeu em idade e estatura, aterrei no mundo na segunda metade de 96 e pelos vistos fui fazendo coisas, umas sem querer e outras não. Entre elas fui abrindo os ouvidos a ruídos musicais e ocasionalmente tecendo palavras sobre o que penso deles, aqui e ali mas principalmente aqui.

“Chemistry” – Brian Eno / John Hassell

Brian Eno encontrou em Jon Hassell, um aliado perfeito para criar este “Chemistry”, retirado do fantasmagórico “Fourth World, Vol.1: Possible Musics”.

Mac DeMarco – Here Comes the Cowboy (2019)

Não é fácil dizer-se mal de um disco de uma figura tão universalmente tida como simpática: em tempos, a sua fórmula parecia e foi infalível, e resistir-lhe era ser careta.

Ilustres Desconhecidos: Sybille Baier

Não sei nada sobre a Sibylle Baier. Ninguém sabe, pelos vistos.

Ilustres Desconhecidos: Moondog

Moondog é um enigma dos mais clássicos: sobrevive-lhe tudo, para além do mito.

Ilustres Desconhecidos: The Shaggs

Philosophy of the World continua a sobreviver inexplicavelmente ao sabor dos anos porque é um disco completamente único no seu conceito e conteúdo.

Ilustres Desconhecidos: Nick Drake

Falar de Ilustres Desconhecidos, seja lá o que isso for, é obrigatoriamente sinónimo de falar de Nick Drake.

Jessica Pratt – Quiet Signs (2019)

Quiet Signs é decididamente americano, um americanismo bucólico paralisado na natureza morta das palavras de Whitman e, agora, recuperado pelo timbre anasalado de Pratt.

Ilustres Desconhecidos: Mort Garson

O que mais o sobrevive é um geral desconhecimento da sua pessoa e do seu imenso e riquíssimo catálogo, e um amor intenso mas, no final de contas, desinteressado, pelo seu único disco que emerge do pó dos tempos, Plantasia.

James Blake – Assume Form (2019)

E assim, para a surpresa de todos, Assume Form, o novo álbum de James Blake, é um disco de amor.

Ilustres Desconhecidos: DJ Subroc / KMD

DJ Subroc, um dos criadores de um espécime de hip-hop já extinto, incluindo o para sempre controverso Black Bastards, o “melhor disco de hip-hop que ninguém ouviu”.

Rosalía – El Mal Querer (2018)

Já na reta final do ano, Rosalía largou no mundo a sua obra-prima, um casamento improvável e surpreendentemente bem sucedido entre a tradição centenária do flamenco espanhol e a contemporaneidade sedutora do pop e do r&b. Um triunfo como poucos.

Ilustres Desconhecidos: Nuno Canavarro

Em 1988, Nuno Canavarro lançou o seu único registo a solo até à data, Plux Quba: um disco demasiado esdrúxulo para um Portugal que ainda vivia no antigamente, mas que foi pacientemente construindo a sua audiência que ainda hoje por ele se apaixona.

Ilustres Desconhecidos: Midori Takada

Em 1983, quando lançou Through the Looking Glass, ninguém quis saber. 35 anos depois, com um empurrão da internet, tornou-se um dos maiores álbuns de culto do seu género, acarinhado por internautas e melómanos por todo o mundo.

Ilustres Desconhecidos: Linda Perhacs

Esta é a história de Linda Perhacs, a de uma simples dentista de Beverly Hills que fazia música nos tempos livres.

Ilustres Desconhecidos: Jackson C. Frank

Se a miséria opera para a maioria como uma brisa que vai fazendo as hélices girar lentamente, para Jackson C. Frank, atingiu-o como uma rajada de vento.

“Killer” – Kali Uchis

A voz de Uchis parece ter-se guardado para abrir asas e levantar voo quando canta sobre o homem que lhe partiu o coração.

“Immaterial” – Sophie

Na voz de Sophie, ora delicada ora alucinada, o conceito de “material” aplicado a raparigas (e rapazes) ganha uma força bruta.

“This Time Around” – Jessica Pratt

Sob as cordas da guitarra, que estremecem os mesmos acordes simples como uma dança ensaiada, Pratt cumprimenta-nos.