No terceiro álbum dos Nation of Language, a banda continua o bom caminho.
Vamos já por isto em pratos limpos. Este grupo de nativos de Brooklyn é incrível e quem não o tiver como um dos melhores do ano é um ovo podre.
O synth pop com toques de kraut da banda de Ian Devaney, Aidan Noell e Alex MacKay é mais consistente neste Strange Disciple que os anteriores trabalhos e também melhor e de mais fácil escuta. O som consegue o grande feito de não soar datado mas sim olhar para o futuro, sem cair no erro de sobreprodução, o que faz dele um excelente disco para ouvir de ponta a ponta.
Como primeira faixa tem “Weak in Your Light”, um single lançado anteriormente este ano que prometia um ambiente inspirado e muito influenciado pelos anos 80. Uma canção incrível que abre o álbum com a voz no sítio certo, que quando chega à subida de nota no refrão mistura-se com os sintetizadores de forma perfeita.
Isto tudo com frescura, e sem parecer preso aos sintetizadores clássicos de outrora, que só de si já é uma excelente obra da banda e do produtor Nick Millhiser.
Seguimos com “Sole Obsession”, segundo single de avanço e logo com “Surely I Can’t Wait”. Esta última com toques mais estilo Temper Trap e outros dos anos 2000. Em “Swimming in the Shallow Sea”, encontramos etéreas guitarras que guiam coros através deste mar pouco profundo onde Devaney canta “Searching for some safer harbor/ but you find none, so you float”.
Mas nem só de sintetizadores, guitarras e baterias sintetizadas se faz este Strange Disciple. Também há baixos bastante presentes na excelente “Stumbling Still” e claro que podemos ir buscar comparações aos anos 80, mas elas estão também em Foals, Local Natives, Twin Shadow ou algumas coisas de Bloc Party. Um deleite para os ouvidos portanto.
Em apenas 10 canções e 44 minutos os Nation of Language conseguem apresentar um álbum coeso, com ajuda essencial na produção de Nick Millhiser (dos Holy Ghost!) que aparece também responsável por alguns sintetizadores e baterias e é parte integrante de que este disco soe tão bem.
Ao contrário do que canta Devaney na última música (I will never, I will never learn), estes nova-iorquinos aprendem e bem, a fazer cada vez melhor.