Nos próximos doze meses, muitos e bons discos vão fazer-se ouvir. Estamos à espera deles, pois claro, de coração e ouvidos bem abertos. Esta é apenas uma primeira aproximação sonora ao ano de 2024.
A máquina destruidora do tempo foi consumindo, um a um, todos os instantes do ano que finda. Não faltará muito para que de 2023 só venha a restar a memória dos dias passados e a banda sonora que os foi acompanhando. Desses sons, já falámos detalhadamente aqui e aqui. Mas como o tempo não para e se recusa a abrandar a sua constante marcha, o que importa agora é perceber o que aí vem. Que discos e que artistas nos vão fazer companhia em 2024? Alguns já podemos (quase) garantir, uma vez que o que se sabe tem já contornos (mais ou menos) definitivos. É dessa (im)precisa agenda que vos vamos dar conta, para que a inquietação da espera comece já a produzir algum bom nervosismo em nós. A paz e a alegria que a música nos transmite será sempre apreciada, e prevalecerá por sobre as sombras das guerras e conflitos dos tempos que se avizinham. Se trouxesse a bonança ao mundo, isso seria perfeito, mas estamos convencidos que ainda não será desta. Que venham melhores dias, no entanto, e que os novos álbuns que se avizinham nos tragam bons momentos. E que 2024 seja melhor do que o ano que agora se esfuma.
Dois nomes importantes a abrir a listagem: Nick Cave and The Bad Seeds e Kamasi Washington estarão de regresso aos discos em 2024. Duas boas e esperadas notícias, uma vez que o australiano e a sua trupe não nos dava boas novas desde Ghosteen, de 2019. E, por sua vez, o trompetista norte americano já não lançava qualquer álbum em nome próprio há já seis anos. Mas isto é só o princípio.
Há rumores fortes de que Songs of a Lost World será o novo trabalho dos míticos The Cure, por exemplo. Como se crê para breve novidades dos Pearl Jam, de Paul Weller e dos Idles (Tangk sairá em fevereiro e será um disco de canções de amor!). Quem também estará de regresso, imagine-se, são os The Libertines com All Quiet on the Eastern Esplanade, em março próximo. Richard Hawley e Julia Holter também nos trarão novidades, assim como é bem provável que St. Vincent dê um ar da sua graça nos meses vindouros. Com os Elbow passa-se o mesmo. No entanto, não será necessário esperar muito pelo novo álbum dos The Smile, que verá a luz do dia já no primeiro mês do ano. Chamar-se-á Wall of Eyes.
Também já com título definido (Where’s My Utopia?) está o segundo disco dos Yard Act, a sair em março. Dos velhinhos A Certain Ratio também teremos notícias frescas, assim como do mítico Lee Mavers, dos The LA’s. Como os anos são longos, há ainda mais: abril verá surgir um novo trabalho dos The Black Keys, que trarão como convidados Beck, Noel Gallagher e, surpreendentemente, Alice Cooper!
Lá mais para a segunda metade do ano, os The Weather Station darão conta do que andaram a fazer nos últimos tempos, prometendo um disco bem diferente do anterior. Após uma década de total silêncio, quem também se anuncia são os Mercury Rev. E depois dos Beatles terem dado um ar da sua graça neste quase final de 2023, Paul McCartney terá disco novo. Por falar em pesos pesados, David Gilmour poderá, ao que parece, também vir a ter um novo longa duração para acrescentar à sua discografia. A sempre inqualificável Joanna Newsom poderá estar também de regresso em 2024, pelo que seria muito bem vinda.
John Grant, assim como os Arab Strap são mais dois nomes que se anunciam para os próximos doze meses, tempo esse em que caberão igualmente os novos álbuns dos Ride (em março), Kim Deal, Tortoise, Lemonheads, Camera Obscura e Nubya Garcia. Durante a próxima primavera, os MC5 surgirão com Heavy Lifting, assim como Stories From Time and Space será o título do disco dos míticos Hawkwind.
A lista já vai longa, e por isso talvez faça sentido um ponto final em tantos e tão bons (assim esperamos) anúncios. Mesmo assim, não resistimos a mais duas ou três informações. Do nosso país irmão do hemisfério sul, chegará até cá o novo álbum de Moreno Veloso, de cujo primeiro avanço é “Mundo Paralelo”. Do mesmo Brasil, Chico César reforça a ideia de grande pujança e serão dois os discos a estrear em 2024, um deles em parceria com o parceiro e amigo de longa data Zeca Baleiro. Regressando à Europa e aos países próximos, este por geografia peninsular partilhada, de Espanha chegará Cal Viva, o muito aguardado longa duração de Sr. Chinarro.
Que cheguem todos bem e nos façam felizes, os discos e os artistas aqui mencionados. Muitos outros virão para nos aquecer a alma. É desse tipo de aquecimento global que precisamos mais do que nunca. Que venha 2024, e que seja um ano bom!