O novo disco de Future Islands tem algumas faixas viciantes mas falta-lhe originalidade.
Lançado no início deste ano (2024), o sétimo álbum de estúdio dos Future Islands era aguardado com expectativa, uma vez que demorou três anos a ser escrito e gravado.
Este é um disco de separação. A separação de Samuel T. Herring da sua parceira, com quem passava bastante tempo na sua Suécia natal. Há muitas despedidas, fala-se muito em adeus, em dor, em coisas que ficaram por dizer.
People Who Aren’t There Anymore é um disco de coração partido e desapontamento, mas sem melodrama. Algumas faixas são mais melancólicas, como “Deep in the Night” ou “Corner of my Eye” e “The Thief” mas há também muito de dançável, com os sintetizadores new wave a dominar o disco, cruzando-se na perfeição com a voz inconfundível de Herring.
O álbum arranca muito bem, com a excelente “King of Sweden”, de sintetizadores e ritmo dançável, seguido de “The Tower”, também animada e feita para as pistas de dança, mas depois perde um pouco o gás. Mais à frente, “Give me the ghost back” tenta recuperar o ritmo, mas só “Iris” nos dá novamente vontade de dançar.
Apesar de inspirado e interessante, com algumas faixas a viciantes (“king of Sweden” dá vontade de ouvir em repeat sem parar) o disco parece feito com várias versões da mesma canção. São canções bonitas mas há pouca inovação face àquilo que os Future Islands nos habituaram e mesmo com letras mais profundas e viradas para o coração partido parece não haver nada de verdadeiramente diferenciador neste disco, cujas músicas podiam estar igualmente em álbuns anteriores.