A rainha negra do samba do nosso país irmão está de volta ao palco de Lisboa que melhor a pode acolher, o Coliseu dos Recreios. É já no próximo sábado, dia 3, que a recente vencedora do Grammy Latino para o melhor álbum de música popular brasileira regressa ao mesmo espaço que a recebeu, no passado novembro, aquando da apresentação de A Mulher do Fim do Mundo, trabalho que o planeta inteiro soube, merecidamente, louvar. Depois da data lisboeta, Elza Soares vai ainda apresentar-se no Porto, a 10, no NOS Primavera Sound, a 14 no Teatro das Figuras da capital algarvia, e finalmente na Madeira, no dia 17 de junho, no âmbito do Festival Raízes do Atlântico.
Como se sabe, o espetáculo em questão é duro, pesado, tanto do ponto de vista temático como musical. Assuntos como a escravidão, o racismo, o abuso sexual, a violência doméstica, a droga e a transsexualidade surgem em palco de forma totalmente verdadeira, sem filtros ou subterfúgios. Por isso, o impacto é grande e propositadamente cru.
Aos 80 anos, e com enormes dificuldades de locomoção, Elza Soares vai apresentar-nos temas em que a alegria, a dor e o sofrimento aparecem, muitas vezes, de mãos dadas. Dificilmente alguém ficará indiferente a canções como “Maria da Vila Matilde”, “Pra Fuder”, “Luz Vermelha” ou “Mulher do Fim do Mundo”. A não perder!