Eu sei, é My Chemical Romance — mas esta semana quem manda nas canções do dia sou eu. E como nasci em 1993, a minha adolescência aconteceu a partir de 2006. Ou seja, o meu consumo de guitarras elétricas rápidas não se fez só do passado, com Nirvana, Metallica, Jimi Hendrix, entre outros ilustres, mas também com as novidades de 2004, 2005 e 2006. Entre o que ouvia do meu irmão, como Arctic Monkeys e Interpol, que tinham lançado Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not e Antics, respetivamente, era influenciado pelo programa Total Request Live (TRL) da MTV. E claro que tudo o que era punk pop com laivos de emo e metalcore eu consumia. My Chemical Romance, Fall Out Boys, Paramore, Sunny Day Real Estate, Panic! At The Disco e, cá por Portugal, Fonzie, More Than a Thousand e My Cubic Emotion. E em 2004, saia Three Cheers for Sweet Revenge, disco que pôs os My Chemical Romance na órbita com o single “Helena”, que tantas vezes ouvi no TRL e, mais tarde, ao vivo no Coliseu dos Recreios.
E se me permitem: não sou o único. Se a minha adolescência está cheia de roupa preta, fartas franjas e moshs em matinées na Casa de Lafões, os tiques deste género de música estão embutidos nas melodias dos artistas da minha idade. Phoebe Bridgers, Julien Baker ou as Now, Now são exemplo disso, num revivalismo que já acontece, na música e na noite, com as festas Emo Nite a esgotarem nos Estados Unidos. Para não falar na recente reunião dos MCR, com direito a single. Com uma nova geração de trintões e de novos saudosismos, chegou a minha vez. Aliás, caro leitor, se tiveres a minha idade, é a nossa vez.