Enjoy!
Lançado recentemente, o terceiro álbum dos Yeah Yeah Yeahs, “It’s Blitz” deixa algumas incertezas no ar. E digo incertezas por não conseguir perceber bem o público a atingir por este novo álbum. Para mim os Yeah Yeah Yeahs sempre foram sinónimo de fortes guitarras, ritmo intenso, gritos histéricos e energia a rodos. Se é essa a ideia que têm também, irão sentir uma grande mudança de rumo, uma vez que há mais sintetizadores e menos guitarras na mistura e a energia contagiante de Karen O foi substituída por uma um registo mais morno e calmo. Será com o objectivo de se aproximar do mainstream? Talvez. Acho que foi chegada a altura do grande dilema que todas as bandas passam, em determinado momento da sua carreira, que é o “Continuamos a fazer mais do mesmo ou experimentamos algo diferente?”. Diria que o álbum é interessante, mas pessoalmente prefiro os Yeah Yeah Yeahs cheios de intensidade que se encontra no primeiro álbum, “Fever to Tell”.
De destacar neste “It’s Blitz” as duas primeiras músicas, “Zero” e “Heads Will Roll”, que podem ouvir no video abaixo (ao vivo no Jools Holland). “Zero” foi o primeiro single lançado e penso que serve bem de demonstração ao que a banda vem, enquanto que “Heads Will Roll” leva ao extremo a substituição do sintetizador pela guitarra mas que resulta numa interessante combinação que puxa pelo movimento do corpo. Penso que também é importante realçar a contribuição de Dave Sitek (Tv on the Radio) como produtor do álbum.
Alexandre Pires
Nasci em terras de Vera Cruz, decorria ainda a década de 70. De pequenino me apercebi que estava destinado a grandes feitos e quis desde logo deixar a minha marca, começando por atravessar o Atlântico a nado. Dessa experiência guardo sobretudo água salgada nos ouvidos, água essa que me impediu de dar ouvidos ao meu pai que queria fazer de mim engenheiro. Hoje, quando me perguntam a profissão, não sei o que responder. Tenho vários chapéus que vou usando consoante a ocasião, desde economista proeminente a futebolista de sonho, de crítico de música amador a empreendedor visionário, de tenista de meia tigela a DJ concorrido, de amante cinéfilo a pai dedicado.
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