Depois de uma muito bem sucedida primeira edição há um ano, o Meo Kalorama regressa esta quinta-feira com um cartaz de peso. Nomes como Blur, Arcade Fire ou Aphex Twin ajudarão a fazer a festa durante três dias no Parque da Bela Vista.
Se antes o último grande festival do verão era o Vodafone Paredes de Coura, o Meo Kalorama vem confirmar este ano, com a sua segunda edição, uma mudança no paradigma do circuito de festivais nacional. Depois de ter trazido Arctic Monkeys, Nick Cave & The Bad Seeds, The Chemical Brothers e Kraftwerk na primeira edição, era difícil acreditar que seria possível manter a fasquia elevada, mas a promotora Last Tour, este ano sem o apoio do programador mestre Artur Peixoto, não desiludiu e conseguiu atrair ainda mais atenção mediática, já não enquanto novo festival misterioso mas como paragem obrigatória para todos os fãs de festivais e de música ao vivo.
O cartaz volta a estar recheado de nomes apetitosos e para todos os gostos. É clara a aposta em nomes consagrados do indie rock como Arcade Fire, já habitués de terras lusas, ou Blur, com disco fresquinho na manga, mas mantêm também a forte presença de música electrónica com projetos como Aphex Twin ou M83 a ter um grande destaque. Mas nem tudo se manteve igual de um ano para o outro no Kalorama. Em vez dos três palcos do ano passado (palco Meo, palco Colina e palco Futura), teremos este ano quatro palcos e em locais diferentes (provavelmente devido aos problemas de som que se sentiram no ano passado entre os palcos Colina e Meo e que levaram ao cancelamento da atuação dos 2ManyDJs). O palco Meo manter-se-á no sítio e continuará a ser o palco principal, aonde acorreremos para ver os grandes nomes de cada noite, mas a este junta-se o palco San Miguel e o palco Samsung, com nomes menos sonantes mas nem por isso menos entusiasmantes. A novidade será o palco Panorama, com uma programação ininterrupta de música electrónica e com espaço para a inclusão de artistas locais no cartaz, preocupação que a organização volta a ter e ainda bem.
Não mudou também a importância dada à sustentabilidade, essencial para um evento destas dimensões e que faz mover tantas pessoas, e à acessibilidade. Medidas como a promoção de boas práticas de gestão de resíduos, a disponibilização de mais soluções de transportes coletivos para a saída do parque da Bela Vista, a criação de zonas dedicadas a pessoas com mobilidade condicionada bem como a oferta de bilhete ao seu assistente pessoal revelam uma preocupação com o impacto ambiental e social do festival e devem ser aplaudidas.
Mas as portas estão quase a abrir pelo que não percamos mais tempo. Hoje temos agenda cheia com os concertos de José González, Amy & The Sniffers, M83, o regresso dos saudosos Yeah Yeah Yeahs, Metronomy, Shame e Blur, que repetem a passagem por Portugal depois de terem tocado no Primavera Sound em Junho. Sexta feira os destaques vão para o indie nostálgico de Belle and Sebastian, FKJ, Florence + The Machine, Baxter Dury e Aphex Twin e no sábado para Siouxsie, Foals, The Hives, Nu Genea e Arcade Fire. Esperam-nos três dias de muita música e arte e muitos brindes com San Miguel.