
O Milhões de Festa, apesar de ainda ser um festival underground, já cresceu bastante nos 4 anos que leva de realização, acompanhando também o hype à volta da cidade de Barcelos, facilmente o epicentro da música alternativa em Portugal.
O “Milhões”, como é carinhosamente chamado pelos fãs, começa hoje e estende-se até ao próximo domingo dia 28, espalhando-se por 4 palcos na cidade, sendo um deles o já mítico da piscina. Em edições anteriores já por lá passaram nomes como The Fall, Liars, Graveyard, El Guincho, Toro Y Moi, Washed Out e ainda Alt-J, antes das explosões mediáticas que sofreram porque, se há coisa em que o Milhões de Festa tem de apostar é na capacidade de descobrir talentos onde ainda ninguém, ou quase ninguém, os viu. A possibilidade de se poder conhecer projectos artísticos das mais variadas zonas do mundo, novos, diversos, mas quase sempre ligados ao rock é mesmo o grande aliciante do festival.
Por tudo isto e muito mais torna-se mais difícil fazer um “Vem aí Festival” como habitualmente, isto é, com indicações mais precisas sobre que bandas/artistas/projectos são mais interessantes para ver. Este é um daqueles festivais cujo primeiro e principal conselho é para deixar as preocupações de lado e simplesmente escolher um palco e ir, algo de bom iremos conhecer. Contudo conseguimos fazer uma mini-reflexão sobre alguns projectos.
Tentar então não perder Dirty Beaches, nome de palco de Alex Zhang Hungtai, um canadiano nascido em Taiwan. Terá atingido um maior reconhecimento com “Badlands” o seu primeiro LP, tem agora um novo registo para apresentar. Toca um rock obscuro que por vezes parece mal gravado ou com um ruído talvez-evitável mas que acaba por lhe dar uma graça maior. Temos também Mikal Cronin, ajudante nos live-acts de Ty Segall, e que se está a lançar numa vertente rock menos eléctrica e mais acústico-folk. A par de Jake Bugg é capaz de ser dos tipos mais interessantes a seguir actualmente neste tipo de registo.
Austra é outro nome a não perder. Seguem a voz de Katie Stelmanis (que já actuou com os Fucked Up e com Owen Pallett) e prometem pôr tudo aos saltos, pessoas e estruturas físicas. Quem promete fazer tudo tremer também, mas numa vertente bem diferente são os Orange Goblin, banda de Heavy Metal britânica. Já vão com 15 anos de álbuns e 15 anos de headbanging (arte de bascular cabelos para cima e para baixo da forma mais violenta possível).
Provando que vem gente de todo o mundo, Jacco Gardner é outro dos artistas a descobrir. Vem dos Países-Baixos e é um multi-instrumentalista que viaja entre o rock psicadélico dos Pink Floyd com o mais pop dos Beatles misturando algumas características da música tradicional holandesa. Ele é flauta, guitarras, cravo e é a não perder!
No meio disto tudo temos a prata da casa representada pelos excelentes The Glockenwise, Black Bombaim e La La La Ressonance e ainda Riding Pânico. Ou seja, em forma de resumo: isto é daqueles cartazes que daqui a uns anos vamos olhar para ele e dizer “eich, granda cartaz! Isto hoje era impossível!”. Por isso mais vale não o perdermos. Pode não dar aquela ansiedade estomacal mas no futuro vai dar o orgulho de termos sido espertos.
Aqui vos deixamos link para a programação completa e abaixo o vídeo de apresentação elaborado pelo canal 180.
Bons concertos!