O rock está, inquestionavelmente, fora de moda. Sinto, a cada ano que passa, uma maior dificuldade em encontrar bandas com nervo rock, com guitarras a descarregar energia, com concertos a deixar-nos suados. Não vejo bandas a dizerem que as suas influências foram uns Nirvana, uns Soundgarden. Olho para os tops da crítica, especialmente o dos que por aqui debitam opiniões (Top Altamont 2014) e no top ten habita somente um disco de tal género (Ty Segall). Pode também ser da idade, pode, admito, que isto de um gajo fazer anos a cada volta ao sol vai moendo a curiosidade e a vontade de andar sempre a remexer para encontrar tesouros escondidos. Mas o certo é que é um produto escasso no mercado e como tal o pouco que vai aparecendo sabe a água de côco no deserto. É o caso deste segundo álbum dos METZ, que não sendo um portento, dá para uma meia hora bem passada, saudosa dos tempos idos quando o rock dominava o mundo.
Naturais de Toronto, Canadá, os METZ sempre foram banda apreciada pela forma como arrasavam em concerto, o que, aparentemente, não terá sido conseguido passar para álbum aquando da edição do seu álbum de estreia, METZ, de 2012. Nesse aspecto a melhoria é clara, já que II agarra mesmo por aí desde o seu início com “Acetate”. Os ecos de um Bleach arrastam-se por todo o álbum. Músicas furiosas, de duração quase sempre a rondar os 3 minutos (como mandam as normas do punk), e das quais nenhuma se aproveita para meter na rádio (idem aspas). A lógica da banda é mesmo esta, zero concessões ao mainstream, motivação punk em tudo o que fazem. O rock de Seattle também começou assim…
Já com algumas passagens por Portugal, tendo a última ocorrido no decurso do Amplifest no Porto, ficou a faltar uma visita a Lisboa para mostrarem ao vivo todo o seu portfolio e assim conquistarem mais adeptos. A ver se em 2016.