Como bons punks que os Peste eram, homenagearam o London Calling dos Clash na capa do seu álbum de estreia. A imitação consiste no verde das letras na vertical e no vermelho das letras na horizontal. Por sua vez, o próprio London Calling é um plágio do primeiro disco do Elvis. Com esta capa, Álvaro Rosendo ganhou o prémio Se7e para a melhor capa do ano. O engraçado é que ganhou também o prémio para a pior capa com aquela terrível fotografia dos Xutos no Circo de Feras.
Na biografia dos Peste assinada por Renato Conteiro e Augusto Figueira, podemos ler as próprias palavras de Álvaro Rosendo a respeito desta capa: “Nessa altura, eu morava em Carcavelos, a rua dos bombeiros. Havia lá uns cães que andavam sempre a dormir na rua e quando chovia eles metiam-se num quintalinho que eu tinha. Um dia, fotografei-os. Estava eu a folhear as minhas provas de contacto e a pensar nos Peste & Sida e na problemática da capa quando passei pela foto dos cães. «Epá, está aqui». Os cães e a sua lassidão, a sua preguiça, fizeram-me lembrar os Peste & Sida. A fotografia era rectangular e tinha cinco cães. Para a fotografia ficar quadrada tivemos que tirar um cão”. Dedico esta capa ao quinto cão.