De regresso a Portugal depois de dois anos na Austrália, o vocalista dos Trêsporcento chega, a solo, com um disco de amor.
Esteves canta sobre reencontros e despedidas, realidades, respirações e buracos do coração. Inspirado por histórias e acontecimentos que ocorreram nos dois anos que passou em Sydney, este primeiro álbum, auto-intitulado, assume-se folk, com a guitarra acústica como guia.
Tendo como fio condutor a guitarra acústica e a voz de Tiago Esteves, as canções destilam uma sensação de calma, semelhante à boa onda de uns Kings Of Convenience ou até do esquecido disco a solo de Diego Armés, “Canções Para Senhoras”. A segunda música, “Fiji”, não ficaria mal numa playlist sobre arquipélagos, onde apareceria também “Cayman Islands”. Nesta canção, Esteves deseja uma calma como a de Paul Gaugin no Tahiti, “quero ir para as Fiji e casar com uma nativa”.
Por todo o álbum ouvimos histórias que abordam a emigração (“se admitir que odeio fado, posso ser feliz em qualquer lado”), a procura de calma e felicidade, até a sensação de ver as coisas por outra perspectiva (“realidade não é nossa amiga”).
Se é apenas um exercício de estilo, ou porque as canções não cabiam nos Trêsporcento é detalhe. O resultado é um disco com 8 canções, despretensioso e intimista, bom para se ouvir tanto na praia no verão como debaixo de uma manta no inverno.