Estamos no final de ’67. Hendrix já está mais do que consagrado, depois do sucesso de Are you Experienced e a transcendência do concerto de Monterey. Mas Jimi é irrequieto e tenta dar mais um passo em frente no álbum seguinte. Continuam a aparecer-lhe sons na cabeça que ainda não existem na realidade e não descansa enquanto eles não saírem cá para fora. Um dessas texturas que povoam a sua efervescente mente é a de uma guitarra eléctrica tocada debaixo da água. Com a ajuda do engenheiro de som Eddie Kramer, os dois conseguem finalmente dar vida concreta ao que antes era apenas mera possibilidade criativa. Ouçam o final de “Bold as Love” (a canção que dá nome ao disco), a partir do minuto 2.54, e digam-me se lá se o velho Jimi não parece tocar a sua guitarra no fundo do mais psicadélico dos oceanos…
Canção do Dia: Jimi Hendrix – Bold as Love
Ricardo Romano
"Um bom disco justifica sempre os meios”- defendeu-se Ricardo Romano, ao ser acusado de ter vendido o rim esquerdo da sua tia entrevada para comprar uma edição rara do Led Zeppelin II - o melhor disco de sempre. O juiz não se convenceu, mandando-o para uma prisão com condições desumanas, onde uma vez foi obrigado a ouvir do princípio ao fim um disco dos Creed. Actualmente em liberdade, cumpre pena de trabalho a favor da comunidade no site Altamont mas a proximidade com boas colecções de discos não augura nada de bom.
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