No próximo dia 5 de Setembro, na Casa Independente, vamos poder assistir a uma estreia. Simão Palmeirim Costa, espinha dorsal dos não simão, vai dar o seu primeiro concerto de sempre a solo. Como todos os concertos que nos esperam no Magafest, este será mais um de íntima beleza, afiançamos desde já. Na antevisão dessa actuação, fizemos uma espécie de “flash-interview” a Simão.
O concerto no Magafest vai ser a tua primeira actuação a solo, certo? Que expectativas tens?
Sim, podemos dizer que é a primeira com esta dimensão. A minha expectativa é de criar um alinhamento que possa levar as pessoas numa pequena viagem ao que de mais íntimo as minhas canções têm. Estar sozinho em palco vai permitir-me fazer tudo com um tempo mais próprio.
Decidiste agora avançar em nome próprio por já te sentires confiante? O facto de ser num ‘evento’ como o Magafest ajudou a dar esse passo?
Não teve a ver com confiança, partiu de um desafio da Inês Magalhães, organização do Magafest, que aceitei com o maior gosto. Não simão é a prioridade, os temas com a banda têm uma plasticidade que me apaixona. Este concerto é mais um regresso às raízes e sim, talvez só possível no Magafest já que tenho uma relação íntima com as Magasessions que vem desde a primeiríssima sessão, onde toquei em duo (duas guitarras e duas vozes).
Neste concerto vais estar só tu e uma guitarra? A mostrar temas de não-simão, mas não só?
Não simão e não só, exactamente, guitarra e voz com loops, como uso com a banda. Temas que tocamos em não simão e temas mais antigos ou que fazem mais sentido a solo.
Que dificuldades/facilidades encontras na transposição das canções, de um contexto de banda para o formato solo?
Como disse é uma espécie de regresso às raízes já que a grande maioria dos temas de não simão surgiram quando estava sozinho com uma guitarra na mão. O que acontece com o Pedro Fernandes no baixo e o José Anjos na bateria é que as canções crescem, desligam-se de mim para se transformar em rock, funk, ska ou que for mais interessante para complementar as letras e o sentido geral do tema e depois voltam já adultas para eu as cantar de forma renovada. A solo acho que pode ser uma oportunidade de ter acesso a um simulacro do nascimento das canções.
No caso das canções fora de não simão, do que falamos? Sobre o que cantas, para quem cantas, de onde te vêm as canções?
São histórias. Maioritariamente sobre desencontros suponho, tanto amorosos como de percepção do mundo… Há relatos praticamente literais de experiências pessoais como em “Lisboa” (sobre as saudades, dúvidas e esperanças que surgem numa relação à distância) ou “Catarse ao Mar” (que descreve uma viagem de barco que não corre bem) e há pequenas ficções como “Numitércia” (a história de uma velhinha que abdicou de falar por razões que são só dela) ou “Maria” (a história de uma prostituta que encontra conforto nos braços do diabo)
Este que será o teu primeiro concerto, vai ser o primeiro de um percurso que queres seguir neste modelo a solo? Tencionas editar material nesse formato?
Se houver mais convites semelhantes é com enorme prazer que me sento a tocar os meus temas só com a guitarra, acontece muito em cozinhas e salas de amigos com vinho a acompanhar. Para editar, a prioridade é não simão; estamos nos Novos Talentos Fnac deste ano e queremos nos próximos meses avançar para um EP.
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