A notícia atingiu-nos ontem, já perto do fim do dia, através de uma publicação na sua conta pessoal de twitter – faleceu Mark Lanegan. Com 57 anos e uma contribuição inolvidável para o rock alternativo, o cantor norte-americano sucumbiu em Killarney, Irlanda, sendo o motivo da morte ainda desconhecido.
Sobreviveu a quase tudo, à adição desenfreada à heroína, a viver nas ruas, a uma infância delinquente e conturbada, e, mais recentemente, a meses de internamento devido ao Covid-19, doença à qual, durante algum tempo, negou importância. Deixou-nos as suas memórias no livro Sing Backwards and Weep (2020), importante peça para podermos conhecer o homem por trás das aparições em público.
Fundou os Screaming Trees, uma das bandas seminais da explosão de Seattle do início dos anos 90, juntou-se ao projecto paralelo, espécie de supergrupo de heroinómanos Mad Season, ajudou ao crescimento dos Queens of the Stone Age e fez também uma carreira a solo onde a sua voz rouca e densa foi o elemento mais marcante, cantando a negritude e o desencantamento que a vida lhe trouxe.
Vimo-lo várias vezes em Portugal, quer com a sua banda, quer juntando-se em palco aos Dead Combo em Paredes de Coura, num dos grandes momentos da edição de 2018 do festival.
Por cada vez que quase te perdemos Mark, recuperámos-te e foste resistindo. Até ontem. O timbre das tuas cordas vocais perdurará.