Foi o disco que catapultou definitivamente Jack e Meg para o estrelato indie. White Blood Cells é de 2001 mas quem o viveu e ainda hoje a ele volta sente, justamente, que é um disco eterno.
A história já se estava a formar, o hino para estádios de futebol viria depois, e White Blood Cells funciona na discografia dos White Stripes como o ponto intermédio entre a banda coqueluche de meia dúzia de melómanos e o fenómeno rock que multidões viriam a descobrir depois – pelo meio, é um disco recheado de grandes canções, umas mais ferozes e intempestivas, um par delas mais doces e suaves.
“Fell in Love With a Girl”, com menos de dois minutos, foi o primeiro grande sucesso do duo. “Hotel Yorba”, que havia sido o primeiro cartão de visita de White Blood Cells, tinha pouco mais de dois minutos. Nos Stripes não havia lugar para excessos, nada era supérfluo, e não era preciso mais de 120 segundos para tocar em corações incautos. Os singles são diferentes, um mais desgarrado, amplificador no vermelho, rock puro; outro melódico, quase infantil (elogio!) – ambos são a cara e coroa dos White Stripes, e sem o lado mais intempestivo não respiraria tão livremente o tom mais intimista.
White Blood Cells tem 16 faixas e os momentos abaixo de excelente são raros. É um disco rock quase perfeito. Simples, cru, direto. E ainda assim cheio de grandes canções que não se esgotam nas primeiras escutas e a que sabe sempre bem voltar. Foi assim o salto de Jack e Meg para a eternidade, e é assim praticamente toda a carreira dos White Stripes.