Arrisco-me a fazer o primeiro artigo sobre The Chemical Brothers neste prestigiado site. Espero não ferir as susceptibilidades daqueles que poderão considerar que o ritmo que estes irmãos nos trazem não se coaduna com os beats que aqui se transformam em bytes.
Pois bem, os nossos irmãos lançaram um novo álbum: Born in the Echoes (o oitavo!). Vou na segunda música e já tremo de alegria. Sim, já é conhecida a minha vontade de dançar, expressa no que escrevi sobre Róisìn Murphy entre outros. E aqui, na primeira música, claramente em primeiro lugar por uma razão, surge um convite para ir mexendo aos poucos o corpo, adivinhando que, para quem gosta de dançar, vai ser uma grande viagem. “Go” que aparece logo de seguida, foi o segundo single a ser lançado, ainda em Maio deste ano. E não há dúvidas: isto é Chemical Brothers, a irmandade voltou e apesar de a relação ter mais de 20 anos, não há estagnação nem retrocesso. É uma relação feliz para quem acompanha de ouvido. “We’re only here to make you go”, dita o refrão desta música. E nós vamos. Eu pelo menos vou, e vou mais feliz.
Este álbum tem algumas colaborações e a terceira música é com St. Vincent. O “Go” abranda um bocado e nós vamos, mas a outra velocidade. E na música seguinte o estilo muda com “EML Ritual”, com colaboração de Ali Love e que francamente me fez lembrar a banda sonora do Matrix (o que pode ser bom ou pode ser mau, depende…). Na música seguinte voltamos a sentir a irmandade, mas é com “Just Bang” que eu entendo onde estão os 90s escondidos neste álbum. Eles tinham de estar aqui, não fossem os irmãos filhos dessa década. E se em “We Are The Night” dançávamos com um salmão, aqui temos “Taste Of Honey”, onde se ouve, algures, uma abelha. O corpo desfalece e passa à frente à espera de mais qualquer coisa.
Chegou a vez da música que dá nome ao álbum: “Born To The Echoes”. Gira. Gosto. Cate Le Bon na voz e uma boa possibilidade de ser eleita a música para-pôr-bem-alta-no-carro. “Radiate”, a penúltima já tem um tom de despedida, ou então sou só eu. Mas como eles gostam de acabar em beleza, a última música é com Beck e para mim, a par de “Go”, ganha o título de boa-música-hein! Sou suspeita, tenho Beck num lado do coração e os irmãos lá num cantinho também. Uma colaboração conjunta… Só pode estar no topo.
Penso vagamente que vai ser difícil decidir qual vai ser o álbum do ano…