O disco de estreia de San Fermin é um álbum cheio. Daqueles que agarram logo desde o início e que primeiro se estranham (com momentos de verdadeira estranheza).
Cheio de instrumentos, de sons, de estilos, de muita coisa a acontecer ao mesmo tempo. Numa pop barroca, com metais, violinos e coros, são já considerados uma das revelações e promessas maiores do indie.
San Fermin ( o disco tem o mesmo nome que a banda e pronuncia-se San fur-Meen) é uma grande amálgama entre post-rock, pop de câmara – “Renaissance!”, a abrir o disco, é a prova disso -, estilo barroco e toques de banda sonora cinematográfica, como a soberba “Casanova”.
O ‘single’ “Sonsick” é um óptimo cartão de visita e absolutamente viciante, cheio de coros, pop, falsetes femininos e os instrumentos de sopro a soar a Beirut. No trabalho de estúdio as vozes femininas estão a cabo das vocalistas de Lucius, que não acompanham a banda nos espectáculos ao vivo. O compositor Ellis Ludwig-Leone, mentor da banda e vocalista principal é acompanhado por Rae Cassidy.
O alinhamento do disco – longo, com 17 faixas, embora algumas sejam curtas ou só instrumentais, como os 25 segundos de “In The Morning” – foi pensado com cuidado, cada canção completando a seguinte e preparando-nos para a próxima, mas cada uma parecendo uma surpresa. “Methuselah” é melancólica mas épica (soou-me ligeiramente a The National), com uma ligação perfeita entre a voz feminina e masculina, seguindo-se o toque quase clássico de piano em “At Sea” e o rock de “Torero”.
Vale a pena passear com atenção por todas as músicas do disco, (mesmo por “True Love, Asleep” ou “Oh Darling” e ouvindo “Bar” com cuidado), para concluir com “Altogether Change”, que fecha o disco, que até canto lírico e violinos chorosos têm espaço num álbum pop.