O rock sem merdas é isto. Tocar com prazer, pelo prazer de fazer sentir e viver: saltar, cantar, moshar. Houve tudo isto e muito mais na noite em que os The Glockenwise trouxeram de Barcelos a Lisboa o novíssimo Leeches, magnífico disco que vai marcar o ano musical português.
Em palco, a adolescência de Building Waves, primeiro disco, já com dois anos de vida, deu lugar a uma maturidade e à vontade elogiáveis – durante o concerto há piadas, o vocalista Nuno Rodrigues pede Nuno Dias (amigo da banda e um dos grandes) em casamento e até as recentes desilusões benfiquistas são abordadas.
Siga a parada. O que conta é o rock, e nesse campo estamos bem servidos: garage rock directo, sujo (elogio!) e óptimas cantigas. É difícil pedirmos mais.
“Napoleon”, “Time to Go” ou malhas enormes do primeiro disco foram escutadas numa Galeria Zé dos Bois com largas dezenas de adeptos na plateia. Os The Glockenwise tocam com prazer, têm óptimas canções, divertem-se e divertem – têm os discos certos em casa e boas referências na escrita de canções e isso traduz-se numa banda que devagar, devagarinho, vai marcando a sua posição no panorama rock português.
Eles andam aí.