A apresentação de Common Ground arrancou com alma a extravasar o Pequeno Auditório do CCB.
Num alinhamento obviamente marcado por este último álbum, os primeiros temas foram-nos embalando na melancolia folk que os registos de Mazgani nos habituaram.
Mas este embalar não pretendia adormecer-nos, limitou-se a pedir licença para a voz Mazgani entrar, sentar-se e em crescendo tomar conta daquela sala.
Quando Rebel Sword obteve a primeira grande reacção da sala (cheia, por sinal), imediatamente seguida de Wasteland, vimos o músculo por trás da alma e aí a voz já gritava rock.
Na recente entrevista do Tiago Freire falava-se sobre como as canções ganhavam mais peso em palco; no CCB confirmou-se o quanto Mazgani gosta de rock e, mais importante ainda, quanto sabe rockar…
Não temos só um compositor talentoso, temos também um frontman contagiante e uma banda capaz de alternar a delicadeza quase minimalista com descargas de energia como a que levantou o público das cadeiras do Vasco Graça Moura no encore.
Seria injusto não realçar também Absent Lover, Blow Wind e Broken Tree, todas deste último Common Ground.
Quanto à interacção com o público, foi contida mas sincera.
Parafraseando o artista: Caríssimos, foram magníficos. Sem gentilezas.
Set List:
Into the River
Common ground
Hold me awhile
Distant Gardens
Your voice grows dry
Rebel sword
Wasteland
Absent lover
Moonless garden
Dust in the sub
Loving guide
Blow wind
Mercy
Broken Tree
Encore
Last Words
Strike your drum
(fotos: Duarte Pinto Coelho)