Lanks, projecto a solo do artista australiano Will Cuming, lançou no início de Julho o seu segundo EP, Banquet (depois de ter lançado o seu primeiro trabalho em Junho de 2014).
Meio indie meio experimental, este EP de seis músicas leva-nos entre sonoridades meio espaciais ou como se estivéssemos no fundo do mar. Uma certa componente electrónica marca o disco mas não demasiado, podendo o estilo ser considerado mais electro-indie confessional (se é que isto existe) do que propriamente electrónico, apesar dos sintetizadores.
O EP abre com “Hold Me Closer”, declaração de saudade e num tom melancólico, como se estivéssemos numa bolha, com uma guitarra eléctrica a comandar a direcção da música e um refrão repetitivo com potencial para se tornar um single a passar nas rádios.
Segue-se “Aurelia”, ainda mais delicodoce e a viver nesse mundo paralelo de sonho ou espacial – um pouco demais, para mim. Lanks abusa do falsete e para mim a música só se torna verdadeiramente especial a meio, quando canta com a sua voz normal e a guitarra ajuda ao crescendo.
Logo a seguir, “Beach Houses” faz lembrar Chet Faker nas suas remisturas e até tem um toque ligeiro do tom de bolha de James Blake. “Settle Down” tem uma melodia simples com uns ligeiros toques de electrónica a lembrar ligeiramente Bon Iver e já em “Brothers of Mountains” começa-se a ouvir um toque de indie rock – a melhor faixa do EP, quanto a mim.
A fechar temos “Whale Song”, que arranca com um electrónico de batida suave e viciante acompanhando a voz, desta vez sem falsete, de Lanks, e fazendo lembrar, na sonoridade, The xx, apesar da voz ser mais ao estilo de, novamente, Chet Faker.
Apesar de precisar de ganhar consistência nos seus discos Lanks é um talento que promete, neste segundo EP. Para ouvir num fim de tarde melancólico, de preferência entre o céu e o mar, para acentuar esta sensação etérea que o disco oferece.