O disco de estreia da artista Joni Mitchell é um álbum conceptual, de canções simples e, contudo, notáveis.
O primeiro tomo de Joni Mitchell, lançado em Março de 1968, Song To A Seagull (também conhecido como Joni Mitchell) é a apresentação de uma jovem adulta que o ex-Byrd David Crosby, produtor do disco, descrevia como “kind of a turbulent girl”. Contudo, aquilo que nos transparece quando ouvimos as canções de Song to a Seagull é uma menina carinhosa, de voz doce e guitarra afável.
Quando o disco saiu em 1968, já estava anunciada a debacle da folk, contudo Mitchell não iniciou a sua vida musical nessa altura. Na mesma década já havia escrito canções que seriam gravadas por outros artistas, como Buffy Sainte-Marie, Dave Van Ronk, Tom Rush e Judy Collins, mas nenhum desses temas foram incluídos no disco de estreia, sendo apenas composto por originais escritos e interpretados por Joni Mitchell. Não é descabido dizer que este é um disco onde a artista se encontra “despida”, sendo maioritariamente tocado e interpretado por Mitchell, apenas voz e guitarra, sem efeitos onde se esconder ou esconder as suas emoções.
Os dois lados do LP Song To A Seagull foram identificados como: Part 1 – “I Came to the City”, e Part 2 – “Out of the City and Down to the Seaside”. Esta terminologia procura dividir os temas no que diz respeito à sua lírica, o lado A com temas urbanos e, por contraste, o lado B com tópicos de celebração da natureza.
Não nos podemos esquecer do contexto do disco, e os ideais hippies dos anos 60, por isso temos canções como a que dá nome ao disco onde a liberdade se liga à natureza “my dreams with the seagulls fly/out of reach out of cry”. Outras canções se destacam do disco como “I Had a King”, “Marcie”, ou “Cactus Tree”, (…)
Song To A Seagull, apesar de ser um excelente álbum de estreia, ainda vive na sombra dos discos mais emblemáticos da artista.