Às 20:00 de Lisboa de 05 de maio de 2016 – mais minuto menos minuto, vá – chegava a boa nova, lacónica, direta: à meia-noite estaria disponível The Colour in Anything, terceiro álbum do britânico James Blake, disco que já se sabia pronto e finalizado, mas cuja data de lançamento era ainda uma incógnita.
O disco esteve para se chamar Radio Silence, mas esta semana começaram a ser divulgados alguns cartazes que apontavam The Colour in Anything como título definitivo. Data de lançamento? Um mistério – até quando o deixou de ser.
O que há a dizer, a quente? São 17 canções, incluindo as três já reveladas nos últimos meses em concertos ou na BBC Radio, onde Blake pontualmente colabora. O disco foi gravado em Inglaterra mas levou uns retoques finais nos Estados Unidos – Rick Rubin, o mítico produtor, deu uma ajuda. Colaborações? Há Justin Vernon, o senhor Bon Iver, que volta a juntar-se a Blake em novas epifanias: “F.O.R.E.V.E.R.” e “I Need a Forest Fire”; há – aparentemente – Kanye West e Connan Mockasin.
À frente, na retaguarda e no meio disto tudo há, convém não olvidar, um talento fora do comum: James Blake é um aparente humano de 27 anos que mais parece um extraterrestre, pelo menos no mundo da música. Faz música orgânica recorrendo quase em exclusivo a maquinaria, qual trovador dos tempos modernos – sintetizador na bagagem de porão, violas e romantismos acústicos não entram aqui.
The Colour in Anything não motivará estranheza aos fãs de sempre: há loops recorrentes e camadas eletrónicas em praticamente todas as faixas, aqui e ali há mais piano e voz, e poucos são os momentos de dança mais virada para o abancar de anca – mas cuidado com “I Hope My Life”, com o contributo de vários dos produtores que gravitam com Blake em torno da editora 1-800 Dinosaur.
O disco – surgido dias após Lemonade, de Beyoncé, que contou com os préstimos de Blake – está já disponível em plataformas de streaming.