Juntem três irmãs da Califórnia, com um look muito Hippie, num álbum repleto de letras simples que lembram os anos 70, truques e arranjos musicais à la anos 80, fortes influências do R&B dos anos 90 e misturem um pouco de rock. Carreguem no play e tentem manter nas vossas mentes (e ao mesmo tempo) Fleetwood Mac, John Waite ou as já esquecidas En Vogue. Et voilá! Eis uma estranha tentativa de explicar o som que caracteriza este Days Are Gone, o álbum de estreia de Este, Danielle e Alana Haim. E juro que não vos estou a tentar baralhar. É que elas parecem conseguir fazer coabitar num mesmo álbum canções que nos lembram muita coisa diferente. Tudo influências de quem cresceu num ambiente envolvido em muita música, com certeza.
Na primeira metade de Days Are Gone, as Haim mostram o seu lado mais pop, ritmado com os blues. “Falling” é a mais conhecida e não deixa ninguém indiferente. Em “Forever” e “If I Could Change Your Mind” ´é possível identificar os arranjos muito típicos dos anos 80. E se “The Wire” parece uma versão moderna de uma canção de Shania Twain, já “Don’t Save Me” faz-nos recuar nostalgicamente até aos Stevie Nicks e companhia.
Mas eis se não quando nos deparamos com “My Song 5” (que na verdade é a faixa 8) e de repente, as Haim têm um “dark side”. Zumbidos de fundo, sopros metálicos destorcidos, percursões com ritmos primitivos, sintetizadores e vozes alteradas. Afinal elas são mais versáteis do que aparentam! “Let Me Go”, também mais sombria, cresce através da percursão absolutamente ritmada e da guitarra eléctrica que nos mostra o lado mais roqueiro das três manas. Em “Send Me Down” damos novamente de caras com o sopro destorcido, que destoa na perfeição com as vozes límpidas das vocalistas, e depois “The Edge” a roçar a pop dos 80’s mais para o lado sonhador.
Musicalmente boas, cheias de sex appeal e carisma, já deram muito que falar ao longo do último ano. E, ainda apenas com EPs na rua, deram-se a conhecer ao vivo realizando primeiras partes de concertos de grandes nomes da indústria, como Phoenix ou Mumford & Sons. O disco demorou a vir, mas a espera compensou!