Sim, eu rejubilei com o anúncio do regresso dos Death From Above 1979. Há dez anos, quando You’re A Woman, I’m A Machine me caiu no colo, a surpresa foi gigante, o modo como conduziam aquele som frenético era fresco e descomprometido, e a estreia dos Death From Above 1979 gritava mosh por todos os lados. É um dos meus álbuns de eleição da primeira década do século XXI.
Pelo meio pensámos que não ouviríamos mais dos Death From Above 1979, mas em 2011 o duo protagonizou um dos regressos mais esperados e passaram por Paredes de Coura novamente, depois de terem deixado muitos de boca aberta em 2005, também no festival minhoto.
Mas dez anos é muito tempo, e o regresso dos Death From Above 1979 com The Physical World revela que neste hiato considerável se perdeu alguma coisa. Quando o primeiro single, «Trainwreck 1979», foi revelado, depressa se percebeu que este regresso seria diferente da forma como nos atacaram da primeira vez. Onde é que está a garra, a agressividade, o berreiro de Sebastien Grainger, onde estão os momentos em que a nossa cabeça iria saltar do pescoço?
A primeira metade de The Physical World é perto de enfadonha, sem grande novidade. Nota positiva para «Right On, Frankenstein!», orelhuda q.b., tinha tudo para ser single, muito mais do que «Trainwreck 1979», e se derem por vós a cantarolar ou a trautear o refrão, não se espantem, esta faixa é mesmo daquelas que se cola à nossa cabeça. E, depois do single, uma das faixas mais fracas, parece que os Death From Above 1979 encontraram o ingrediente secreto que estava por todo o lado no disco de estreia. «Nothing Left» já chega com mais pulso, mas são «Government Trash» e «Gemini» que trazem de volta o dito basqueiro que melhor caracterizava os Death From Above 1979.
Ainda assim, é um rebuçado pequeno, este que os Death From Above 1979 nos trouxeram. Não chega a mão-cheia de temas muito bem conseguidos num disco com 11. 10 anos é muito tempo; o mundo mudou e a música dos Death From Above 1979 também.