Dantes, tínhamos todo o tempo do mundo por nossa conta, podendo dar-nos ao luxo de o desperdiçar à vontade em tardes e noites infinitas, como um homem rico que, por capricho, queima notas de 50 euros. Depois veio o trabalho, a família, as obesas responsabilidades. O tempo morreu ou se ainda não, tornou-se um bem escasso e precioso que guardamos sovinas num cofre escondido. “Dantes, o tempo corria lento, meu”, cantavam os Xutos no seu álbum de estreia. Ninguém sabia tocar na altura (e o virtuoso João Cabeleira nem sequer chegara ainda) mas o 78/82 é, muito provavelmente, o melhor disco dos Xutos.
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