Nos tempos que correm é comum considerar-se “velho” um disco que saiu há alguns meses (Maio 2013), e por isso não sei onde o arrumar. Não é novo – muito menos “fresquinho” – e ainda está longe de ser um clássico; eis mais um dilema do primeiro mundo. Mas eu tenho um canto reservado para discos assim.
Empty Estate é o título do ainda último álbum dos Wild Nothing (projecto do one man show Jack Tatum – Virginia, USA). Ou melhor, trata-se de um EP (extended play), essa coisa que não cabe em ambas as faces de um single, mas que é pequena demais para encher um LP (long play). Eu há anos que virei para o single, é cada vez mais raro ouvir um álbum no seu todo, e difícil encontrar um que me encha as medidas. Por isso o EP é um formato que fica no meio termo entre o single que se destaca e o álbum que aborrece, porque já são poucos os que valem a pena ouvir de uma ponta à outra. Empty Estate tem por isso a consistência de um single gigante, no sentido em que Jack Tatum nos oferece 7 (super) singles em meia-hora, entre canções pop e instrumentais electrónicos, entre rapidez e serenidade, a receita completa para um loop interminável.
Sei que vou guardar este EP num canto, não porque seja um lugar menor, mas porque nem toda a música é redonda, e as coisas que guardamos nas esquinas tendem a ficar por ali, e é precisamente isso que eu quero com este disco, deixá-lo ali, não por ser pequeno ou para me esquecer dele, mas para o ter sempre à mão. No canto dos discos que vão ficar.