Falar de Tobias Jesso Jr. deveria ser obrigatório em qualquer conversa sobre musica este ano. Será talvez, ou mesmo de certeza, a maior e melhor surpresa de 2015.
Quem não gostar de Goon não tem coração. Assim, simples e feio. Goon tem a delicadeza dos Beatles, a qualidade de Harry Nilsson e a inocência lírica dos 70.
Tobias Jesso parece ter nascido noutro mundo, noutro contexto, noutra realidade. De notar que todo o álbum foi gravado em piano, instrumento que Tobias nunca tinha tocado até se mudar com a sua irmã e ver-se ‘obrigado’ a utilizar o dito cujo. Sim, Tobias aprendeu a tocar piano há 2 anos. Ouvindo o álbum parece tratar-se de uma piada (de bom gosto). Mas não, é a verdade. Goon conta-nos uma historia com capítulos bem estruturados, sem erros, sem alegrias estúpidas. Um autêntico hino à escrita musical. Temas que aparecem casualmente e nos tocam de uma forma estranha, semelhante ao telefonema de uma ex-namorada.
Goon provoca sensações que só os grandes álbuns e compositores se podem gabar. é daqueles discos que dói de pensar em ouvir, poderoso, íntimo e absolutamente perfeito.
É difícil destacar um tema, difícil mesmo, mas pressionado a dar uma ilustração do que vos espera sugiro o óbvio, começar com as duas primeiras faixas e deixar Goon entrar devagar. “Can’t Stop Thinking About You” e “How Could You Babe” são simplesmente geniais. Sem tirar nem por.
Destaco este verso de “How Could You Babe”: “And when love is in the way, you gotta say / “I guess love ain’t always right“.