Um disco diferente daquilo a que Sharon Van Etten nos habituou, com influência post-punk e sintetizadores a marcar o ritmo.
Ao sétimo trabalho de estúdio, a cantora norte-americana Sharon Van Etten apresenta-se renovada: este é o primeiro trabalho em que colabora integralmente com a sua banda, The Attachment Theory, e onde apresenta uma sonoridade diferente, mais sombria e melancólica mas também com uma componente eletrónica mais vincada.
A mudança, é, de facto, corajosa, já que Van Etten sempre foi conhecida por se movimentar no campo do folk introspectivo. Com a sua banda – Devra Hoff (baixo), Teeny Lieberson (sintetizadores e vocais) e Jorge Balbi (bateria) – apresenta-nos um disco diferente, com um toque gótico e onde se sente a influência post-punk.
O álbum arranca com “Live Forever”, uma canção com um baixo denso, que marca a profundidade do tema, entrecruzando-se perfeitamente com a voz cristalina de Van Etten. Segue-se “Afterlife”, pleno de sintetizadores (fazendo lembrar êxitos como “Seventeen”) e “Idiot Box”, a fazer lembrar New Order nos crescendos. O disco prossegue para “Indio”, com um ritmo mais acelerado, e “Southern Life (What It must Be Like)”, duas faixas que mostram bem a capacidade de chegar a novas sonoridades, mas mantendo a coesão do disco.
“Fading Beauty” funciona como balada, sendo um momento mais introspetivo, com uma sonoridade minimalista, em que mais uma vez se liga à voz característica de Van Etten. “I Want You Here” fecha com muita dignidade este disco.
Sharon Van Etten & the Attachment Theory é uma prova da capacidade de reinvenção de Van Etten, que arriscou em fazer algo diferente daquilo a que estamos habituados, resultando num disco original, mas que reconhecemos como seu. Vale a pena ouvir.