O novo disco de Márcia saiu esta segunda feira, e foi apresentado ao vivo na terça.
Chama-se Casulo, é o segundo disco da cantora-compositora-guitarrista e é um dos discos mais frescos que me chegou às mãos neste 2013. Em relação ao anterior (Dá, de 2010) este é um álbum mais crescido, não só porque ela foi mãe há pouco tempo, mas porque já leva também mais anos disto – o primeiro EP em nome próprio saiu em 2009. Se nesses primeiros tempos a Márcia nos aparecia como uma versão Lisboa da Carla Bruni (e isto é um elogio), ela agora está muito mais adulta. Ser mãe teve naturalmente um papel importante nisto, mas trouxe também outro aspecto determinante – Serenidade. A Márcia de 2013 está, na vida, de uma forma serena, em paz e cheia de positividade.
O São Jorge quase esgotou, entre fãs e convidados, para ver pela primeira vez ao vivo a novas músicas.
A Márcia recrutou para este concerto quase todos os músicos que gravaram o disco, incluindo a secção de metais, para se aproximar ao máximo das canções gravadas. Conseguiu isso nas primeiras músicas, enquanto ainda estava a aquecer e não queria falhar nenhuma nota – mas rapidamente o calor na sala aumentou, a banda soltou-se e as músicas foram ganhando uma vida própria em palco. Não apenas decalcadas do disco, as músicas ganharam maior intensidade, à boleia de uma camada de sons criada por guitarras, sopros, coros, pedal steel e pontualmente a concertina da Celina da Piedade, uma das convidadas especiais. O outro foi o agitador Samuel Úria, que no disco cantou “Menina” e em palco cantou, dançou e agitou os ânimos.
Esta foi uma noite de celebração para a Márcia, que partilhou pela primeira vez com centenas de pessoas as suas novas canções. Foi o primeiro passo, fora do Casulo.