Os California X lançaram este seu álbum de estreia homónimo no já longíquo mês de Janeiro deste ano. Na altura passou-me completamente despercebido mas entretanto, por razões que a própria razão desconhece, veio parar-me às mãos (ouvidos) e ganhou o seu espaço próprio.
Antes de ir ao som propriamente dito, abrir aqui um parêntesis em relação à capa que devo dizer que me dá uma certa nostalgia do final anos 80, quando o skate imperava (quem não tinha um não era gente), os casacos de ganga eram cool, e aquela mistura de fluorescentes laranja rosa amarelo e verde eram a cena do momento. Quando a Califórnia era um local de sonhos, onde se faziam loucuras com skate nos pés registadas em filmes amadores que chegavam a um amigo e lá nos juntávamos todos para as assistir. Quando o Tony Hawk era deus na terra, a Powell Peralta era “a” marca e as discussões à volta de uns rolamentos, de umas rodas e de quem fazia o ollie mais alto eram diárias. Boas memórias dos 10/11/12 anos que se sentem no ar nesta imagem.
Como se todo este sentimento não bastasse, os California X trataram também de providenciar bom som. Formada por um trio de rapazes que vivem bem longe da Califórnia, mais precisamente nas redondezas de Boston, este é o seu disco de estreia. Uma estreia em grande, que fique desde já claro, suportada por excelentes malhas rock, que oscilam desde o rock clássico até ao hardcore, passando ali pelo intermédio (porra lá tenho eu que usar esta palavra) grunge. Agarram desde a inicial “Sucker” com os seus quase 7 minutos carregadinhos de fuzz, descarga de energia pura, passam por um miserabilista “I want a pond to rot in” repetido vezes sem conta, fazem cócegas ao metal em “Spider X” e fecham com um valente riff em “Mummy”.
Tresandam a Dinosaur Jr. sem parecer uma cópia forjada e isto é um grande grande elogio que lhes posso fazer. É ouvir, gente.