Ao longo de perto de 50 anos de carreira, Neil Young já fez de tudo um pouco e, tirando um breve período nos negros anos 80, conseguiu sempre ir mudando sem perder o seu carácter distintivo. Em 1996 lança Broken Arrow, que sucedeu a três discos que o cimentaram como figura também dos anos 90: Harvest Moon (1992), Sleeps with Angels (1994) e Mirror Ball (1995), este último com os Pearl Jam.
Depois deste sucesso mediático e até de penetração numa nova geração, Young responde de forma típica: junta-se de novo aos Crazy Horse e faz um disco mais sujo, mais livre, mais garageiro, inspirado numa antiga causa, a dos índios norte-americanos. Entre os vários temas mais rock e mais expandidos, há uma pequena pérola acústica, só Young, a sua voz e a sua guitarra. Falamos de “Music Arcade”, tocante na sua simplicidade, um tema que não fez mossa nas tabelas de vendas mas que não deve ficar esquecido no meio de um disco de 1996.