Disco fresquinho, banda também fresquinha.
Estes Shouting Matches são mais uma aventura de Justin Vernon (Bon Iver, Volcano Choir, etc), mas ele agora decidiu botar mais electricidade na sua música.
Juntou-se a dois amigos de longa data, Phil Cook e Brian Moen, e fez uma banda de blues-rock. Os Shouting Matches já existem há vários anos, mas só agora decidiram tornar a coisa mais séria, e editar um álbum propriamente dito. Esse disco, Grownass Man, é editado no início desta semana – mas a banda (ou Justin Vernon, e o facto de ser Grammyzado) já tem reputação suficiente para tocar no festival de Coachella, na Califórnia.
Os Shouting Matches são a banda que nos permite ouvir as músicas mais bem dispostas e alegres de Justin Vernon, longe da amargura sofrida de Bon Iver. Aqui, Vernon faz rock´n´roll puramente americano, mistura um pouco de blues, uns cheirinhos de country, e cria uma música feita para ouvir, preferencialmente, num típico bar nos Estados Unidos, com mesas de snooker e muito fumo, motards de barba comprida e mulheres com calças de cabedal.
No entanto, esta música será ouvida em mais sítios que não apenas estes bares – graças ao toque Cool de Justin Vernon. Não só porque tudo o que ele faz hoje em dia está sob os holofotes da imprensa, mas porque ele próprio é cool, tem uma atitude meio desprendida e torna as coisas mais leves. Talvez por isto, os Shouting Matches não serão apenas mais uma banda de blues-rock, entre centenas.
Neste trio, só o baterista, Brian Moen, é apenas baterista. Justin Vernon canta, toca guitarra e às vezes baixo. Phil Cook divide o tempo entre a guitarra, o órgão Hammond e a harmónica.
Em 10 músicas do disco, vão percorrendo as raízes da fórmula blues-rock pura e dura, fazendo lembrar às vezes os Led Zeppelin ou Jimi Hendrix, outras vezes os contemporâneos Black Keys ou Jack White.
Grownass Man é um disco que marca a estreia de Justin Vernon em terrenos mais solarengos do que onde o costumamos encontrar. O álbum fecha com “I Need a Change”, o que resume o que aqui nos trouxe. Justin Vernon mudou de ares, e apresenta-nos agora mais uma das suas facetas… Não tarda, aparece aí com um disco de reggae.
