Os Outfit estreiam-se em grande com Performance, o primeiro disco do grupo de Liverpool e que já é considerado um dos melhores álbuns britânicos de 2013.
A estreia é auspiciosa, com músicas bem construídas, ritmos que entram no ouvido e refrões pronto para ser cantados mas sem cair na previsibilidade. O som por vezes cola-se bastante a Django Django, noutros momentos a Hot Chip, mas não deixa de ter um toque diferente. A sensação que dá é que os ritmos – e as letras, como “Nothing Big”, que abre o disco – são ligeiramente paranóicas, numa onda repetitiva meio louca, mas com refrões orelhudos e funcionam.
Entre o rock e o electrónico, a banda usa samples, sintetizador e distorção, abusa dos coros sem enjoar e com as vozes ao longe a ecoar. “House on Fire”, o terceiro tema do álbum, é quase hipnótico e umas das músicas mais fortes do disco. Segue-se “Performance”, que dá nome ao disco, e que segue a linha mais electrónica, com sons quase aquáticos.
Depois de se passearem por uma onda mais electrónica com “Spraypaint”, “Elephant Days” regressa um pouco ao rock, mas sem abandonar o sintetizador. “Phone Gost” vai crescendo ao longo da música mas nunca chega a ter aquela explosão de instrumentos esperada, optando pela solução inversa: instrumentos abafados e voz quase sussurrada. E em “Thank God I Was Dreaming” aproximamo-nos sobretudo de Hot Chip, influência presente nos temas mais electrónicos e um refrão alegre que fica no ouvido. A fechar, “Two Islands”, tema forte que representa bem o sentimento geral do disco.
O trabalho é coerente e o alinhamento escolhido resulta bem e flui, abrindo e fechando com um tema forte mas a certa altura espera-se um pouco mais de versatilidade nas canções ou uma produção mais afinada. Ainda assim, os Outfit puseram a fasquia bem alta para o próximo trabalho.