Indie-reggae-chique! É um bom adjectivo para começo de conversa.
Os Wild Belle não fazem só reggae mas piscam muito o olho à Jamaica e aos estilos em torno do reggae – rocksteady, ska, dub.
São indies da cabeça aos pés e deram a essa Jamaica um ar asseado – e o resultado dessa maquilhagem, só podia ser chique.
Creio não estar muito longe da verdade quando digo que este será o primeiro disco de reggae para indies.
Wild Belle são Natalie e Elliot Bergman, irmãos de Chicago, que se fizeram banda depois de aventuras a solo e com bandas de Afro-pop.
O disco de estreia, Isles, é um verdadeiro disco de Verão – espírito leve, sol na pele, bebidas frescas. Canções ligeiras e melodiosas, refrões elásticos que nos ficam retidos na parte frontal do cérebro e que remetem para festas de praia nas Caraíbas até de madrugada, à volta da fogueira, com cocktails e camisas havaianas. Mas tudo isto em chique, sem rastas nem banhos por tomar.
O reggae é o ponto de partida, nem tanto na música que fazem, mas na música que os irmãos Bergman ouviram ao longo da vida. Chegados a 2013, editaram um disco cujo subtítulo poderia ser Um Jamaicano em Brooklyn! Nalgumas músicas de Isles, essa Jamaica está mais óbvia, noutras nota-se mais o hippie hipster que há dentro deles. Nessa viagem Kingston-Brooklyn, colocam instrumentos de um no outro – saxo no indie, guitarra com distorção no reggae, teclas Caraíbas em ambos.
Isles é um bom disco para os Wild Belle se darem a conhecer ao mundo. É ligeiro, não pretende ser mais do que isso – mas deixa-nos com a sensação de que são capazes de ir mais longe, aprofundar a interfusão Brooklyn-Kingston.
Ao vivo promete ser um concerto do qual saíremos com os músculos menos tensos. Para comprovar dia 13 de Julho, no Optimus Alive.