Chega o calor e aumenta a vontade de ouvir música adequada à estação. E os Wild Belle estão cá para isso.
Três anos depois da estreia, com Isles, os irmãos Natalie e Elliot Bergman regressam com um novo conjunto de canções leves, soalheiras, sobre amores e desamores. Nestas 11 músicas, temos demonstrações de paixão intensa quase adolescente, ao mesmo tempo que tenta livrar-se dessas correntes. Natalie canta-nos sobre amor desesperado, do pânico de ficar sozinha, de querer casar junto ao rio Mississippi, de se entregar completamente nos braços do príncipe encantado, de fazer tudo para o conquistar e ser sua para sempre. Mas também canta amores difíceis – “give me a bit of amnesia/so I can forget that I need you” – na perspectiva da mulher determinada, demasiado selvagem para domar, forte o suficiente para se libertar das correntes.
Se no primeiro álbum, nos presentearam com uma espécie inovadora de reggae hippie-chique, agora deixaram cair um pouco a inspiração jamaicana e aproximaram-se mais da pop. O tom exótico e refrescante permanece, principalmente graças ao saxofone omnipresente de Elliot Bergman, mas a sonoridade geral do disco está mais americana, feita para ser mais fácil de digerir logo à primeira. Natalie surge aqui com voz de boneca – não raras vezes, muito perto de Norah Jones, principalmente nas baladas como “Rock & Roll Angel” ou “Our Love Will Survive”.
“Losing You” e “Giving Up On You” têm o ritmo mais saltitante, em “The One That Got Away” e “Throw Down Your Guns” ficamos mais perto das Caraíbas, via um quase reggaeton e “It Was You (Baby Come Back To Me)” evoca os girl groups se os estúdios da Motown fossem em Trinidad e Tobago.
Sem grandes pretensões, Dreamland é o aperitivo ideal para acompanhar tardes de sol e noites na rua, de copo na mão, sem pensar em grande coisa. O Verão começa agora.