1) St. Vincent: arte verdadeira na pop e sofisticação dramática, que não será para toda a gente, mas há quem não goste de caviar.
2) Bons concertos de hip-hop: sendo a maioria dos concertos de hip-hop qualquer coisa a roçar o terrível, é uma surpresa que Kendrick Lamar dê um espectáculo impressionante (ainda que, face ao pouco material editado, seja naturalmente curto) e Earl Sweatshirt, a dar continuidade ao lendário concerto de Odd Future em 2011.
3) Talentos em bruto como Courtney Barnett, excepcional letrista e pessoa interessante das próximas décadas; e (sim) Sky Ferreira, cuja capacidade de atingir as nossas emoções é de ser sentida ao vivo.
4) Rock a sério com Queens of the Stone Age, que nunca dão menos que um dos melhores concertos do festival – a rever, sempre, o final estonteante com “Sick, Sick, Sick”, “Go With the Flow” e “A Song for the Dead”; e com os Kvelertak, noruegueses do metal com influências de hardcore, e uma das revelações do festival.
5) Mais rock a sério, com o fortíssimo Ty Segall. Para fazer crowdsurfing, mesmo que para isso seja preciso crowdfunding.
6) Bandas a ser vistas na altura certa, como Foals, que estão prestes a ter alinhamentos imaculados; as meninas Haim, a quem se desculpa o retro e serão ainda melhores para a próxima; e Pond, que são os Tame Impala de um público mais dado ao rock e que lhes começam a pisar os calcanhares (cascos?) em termos de popularidade.
7) Ser emo com Superchunk e Slint (num sentido lato): os primeiros para sentir a pressão dos tempos modernos e saltar, os segundos para sentir a pressão dos tempos modernos e fechar os olhos.
8) Dançar até cair com !!! (Chk Chk Chk), Har Mar Superstar e Chromeo (e Cut Copy, vá lá).
9) Concertos que não se vêem, mas sabemos que estão lá: a oferta é tanta, que não conseguimos ver gente que vai ser sempre incrível, como Black Lips, Shellac ou Cloud Nothings.
10) Bandas a merecer o estatuto de cabeça de cartaz, pela solidez do alinhamento e pela fanfarra, como Arcade Fire; e outras, mesmo sem razão aparente nesta fase da carreira, a ganhá-lo através da grande forma apresentada e submissão imposta às luzes de strobe, como Nine Inch Nails.
11) Ainda mais gente bonita, coisa que nunca é demais.
(Fotos cedidas por Dani Canto, Eric Pamies e Xarlene)