A agenda do Vortex continua a crescer a uma velocidade vertiginosa, e nós agradecemos. Numa noite de extremos, duas bandas do Barreiro estremeceram a capital!
Enquanto os comuns mortais andam a discutir onde construir aeroportos, linhas de alta velocidade e pontes, a malta do underground dedica-se à construção de túneis … são túneis escuros e estreitos onde não cabem camiões do tamanho do ego dos artistas, das parangonas que os acompanham e das hordas em desespero para comprar bilhetes. Cabe no máximo uma carrinha com espaço para músicos, instrumentos e pouco mais. No sábado passado, foi inaugurado mais uma dessas vias mágicas, a que liga o Barreiro ao Vortex!
Na carrinha, duas bandas unidas pelo mesmo espírito subterrâneo com sonoridades bem distintas.
A abrir, nos vários sentidos da palavra, os Turbo Danger deram-nos um baile daqueles. Daqueles em que expulsamos os males do corpo ao sabor do slam até se instalar aquele sorriso parvo na cara de felicidade suprema. Punk Rock frenético, com alguns momentos de arrasto doomico (para o necessário descanso dos quarentões na sala, como o vosso escriba), servido pela garra infernal de Magda (voz) e pela automotora constituída conduzida pelo trio Cajó, Jorge e Osvaldo.
Durante o intervalo, o palco transfigura-se em jeito de preparação para a revolução sónica que se seguirá. Multiplicam-se cabos, jacks, pedais e demais maquinaria que nem fingirei reconhecer. Ao início somos atraídos por um zumbido que se arrasta enrolado pelo ritmo lento da bateria e dos primeiros sinais da guitarra. Uma vez dentro da máquina somos abanados, empurrados, agarrados, enxovalhados e finalmente abraçados pelo mantra psicadélico tecido pelos ΔIII / XIII.