O mais recente disco de Wolf Parade é um bombom pop rock, com tudo o que é esperado: guitarradas sonoras, refrões orelhudos, hinos de estádio e temas melancólicos.
Cabe tudo neste Thin Mind, um tudo quase sempre com uma qualidade satisfatória – não surpreendente ou disruptiva mas que soa bastante bem. Este é um disco que podia ter sido feito logo a seguir ao excelente álbum de estreia da banda, de 2005 – o que joga tanto a favor como contra.
O disco começa com “Under Glass” e logo nos acordes iniciais da guitarra se percebe o que aí vem. Os Wolf Parade não se poupam a nada do que têm direito: temas fortes, a atirar ao pop mas sem esquecer a sonoridade rock, procurando agradar aos dois públicos.
“Forest Green” dá vontade de dançar aos saltinhos, é frenética e ritmada como um comboio e de repente abrandamos para “Out of Control”, que quebra o ritmo (os Wolf Parade não são tão bons a fazer baladas…).
Conforme o disco vai avançando, passando quase igual por “The Static Age” e “As Kind as You Can” destaca-se “Fall Into the Future”, um gemido de guitarra e voz com um crescendo explosivo que nos faz acordar novamente.
As faixas vão passando e o trabalho torna-se um pouco óbvio – não há surpresas, não há reviravoltas, nem sequer há temas que visceralmente não gostamos (o que é mais fácil do que os temas que adoramos). Até chegar a “Against the Day”, quase a fechar o disco, que é um portento de estádio, um hit à primeira audição mas não inova o suficiente para nos fazer adorar.
O contra deste disco é a comparação com a promessa que foi o excelente disco indie rock de 2005. Os Wolf Parade não se atualizaram, deixaram-se ficar para trás, fazendo o mesmo género de música que se fazia há 15 anos mas dando-lhe uma produção mais pop-rock. Este podia ter sido o disco que teria feito descolar a carreira dos Wolf Parade – o problema é que chegou tarde demais.