The Legendary Tigerman, agora em formato banda, ofereceu-nos uma bonita noite de sujidade e rock’n’roll.
O rock está morto uma ova. Na passada quinta-feira, a cave do Lux quase foi abaixo com a explosão de rock’n’roll que por lá aconteceu. O novo formato ajudou: Tigerman já não é um solitário homem-banda, tem agora comparsas no baixo, bateria e saxofone, quadriplicando os decibéis de outrora. Quatro mânfios formando um só corpo compacto de ruído e distorção.
O pretexto foi o lançamento do novo disco Misfit, gravado após uma road trip pelo deserto da Califórnia. Por isso, as guitarras no Lux cheiravam a gasolina. Por isso o sax e a bateria levantavam poeira vermelha.
Tigerman deu primazia aos novos temas (sujos, selvagens, estridentes) mas os velhos clássicos não ficaram esquecidos.
Perto do final do concerto, e fazendo jus à sua condição de homem-tigre, Furtado atirou-se selvaticamente para cima do público, o rei dos desajustados levantado em braços pelos seus leais súbditos.
Rock é isso- desajustamento, raiva, feedback.
Fotos: Inês Silva