O dueto é um formato utilizado já por algumas bandas desde o final do século passado, que pregam a simplicidade como seu cartão de visita. Enquanto os White Stripes, com Meg White na sua bateria rudimentar e Jack White na guitarra com os seus riffs poderosos quiseram desenterrar e recriar as raízes do Blues, os Black Keys reinventavam também o mesmo estilo mas com uma aproximação Pop.
Os Royal Blood são provenientes do Reino Unido mais precisamente de Brighton, eles são Ben Thatcher na bateria e Mike Kerr na voz e baixo. Apesar de serem também um dueto, aqui não existe grande simplicidade, pois a parafernália de efeitos no baixo de Kerr faz com que pareçam um quarteto com guitarras à mistura. Por curiosidade, o processo é feito repartindo o sinal do baixo para um amplificador de baixo e outro de guitarra através de efeitos de Chorus e harmónicas que criam oitavas adicionais dando a ilusão de mais instrumentos a tocar em uníssono. Uma maneira económica de soar a Queens of the Stone Age, uma das suas maiores influências. Josh Homme já fazia o mesmo estilo de experiências quando ligava a sua guitarra a um amplificador de baixo ainda na extinta banda Kyuss.
O primeiro disco reúne 10 músicas com a duração de pouco mais de 30 minutos onde, ao ouvido treinado, consegue-se adivinhar outras influências como Muse em “ Out Of The Black”, tendo o própio Matt Bellamy declarado-se fã desta banda. Jimmy Page, quando os viu em Nova Iorque também gostou bastante do seu som e conseguiu perceber a sua influência na construção dos riffs de Kerr.
Apesar do curto período de vida, a banda já foi nomeada para o prémio BBC Sound of 2014 e já tocou nos maiores festivais mundiais nomeadamente o Reading Festival, Glastonbury, South by Southwest entre outros. Nós vamos poder vê-los já no próximo dia 22 de Novembro no Armazém F em Lisboa.
Vídeo ao vivo de “Little Monster” onde nos contam que criaram esta música em Portugal regados a sangria.