Lux, dois de maio, vinte e duas horas, quarenta minutos, seis músicos e uma plateia prestes a render-se…
Reverberação, podíamos começar assim já que Efterklang significa reverberação em dinamarquês e, sem dúvida, que a sua música nos fica a “reverberar” no ouvido por muito e muito tempo. Mas também podíamos começar com comunhão, pois mais uma vez a banda dinamarquesa comungou de uma forma intensa e intimista com o público lisboeta.
O concerto teve como base de alinhamento o último disco da banda “Piramida”, que se mostrou tão rico e envolvente em palco, como em disco, tendo superado as expectativas e surpreendido o público com as várias misturas sonoras experimentais. Apesar disso, canções como “I Was Playing Drums” e “Modern Drift” do disco “Magic Chairs” são músicas muito populares e bem recebidas pelo público, criando-se sempre um ambiente inesquecível.
O concerto no Lux foi mais um momento de partilha da banda, que deixa sempre uma forte ligação ao público, desta vez com uma caixa de cartão “from – to”. Uma caixa em trânsito pelos diferentes concertos da tournée, com o objetivo de transportar pertences de cidade em cidade. De Santiago para Porto-Lisboa e de Lisboa para Istambul, um modern drift muito ao estilo dos Efterklang.
Os pontos altos ficaram reservados para o final, quando o Casper Clausen, vocalista da banda, comparou a cidade lisboeta à cidade fantasma Pyramiden (no Pólo Norte, ponto de partida do disco Piramida) e convidou o público a participar numa das canções do álbum, com estalinhos e sons vocais.
Divertidos e em sintonia, o concerto não podia ter terminado melhor com uma performance acústica de “Alike”, versão de “An Islan”d que superou as expectativas e nos deslumbrou.
Hora e meia de espectáculo, uma onda de harmonia, seis músicos felizes, um público rendido…uma noite imponente e bonita, uma noite Efterklang.
SETLIST
Hollow Mountain
Apples
I Was Playing Drums
Step Aside
Frida Found a Friend
Black Summer
Blowing Lungs Like Bubbles
The Living Layer
The Ghost
Raincoats
Modern Drift
Encore:
Between the Walls
Alike
Fotos e texto por Cristina Gil