E em 2008 a trupe do Metal respirou de alívio. A anunciada morte revelava-se manifestamente exagerada. Não, os Metallica não estavam em pré-reforma, St Anger não seria o seu último disco, não se tinham esquecido de como puxar por guitarras e sim – a bateria de Lars Ulrich tinha deixado de soar a brinquedo.
Death Magnetic está tão longe de ser o melhor dos discos de Metallica como de ser o pior – título que Lulu, a risível aventura com Lou Reed, nunca perderá. Não é Ride The Lightning, também não chega perto de Master ou Kill ‘em All, mas ao fim de quase 30 anos de carreira e bem habituados à legião de fãs tão devota como impiedosa na hora das variações de estilo, a hora foi mesmo de largar um presente.
Pela primeira vez com Roberto Trujillo no lugar que Cliff Burton e Jason Newsted tinham ocupado, Death Magnetic assinala o regresso ao sítio de onde, em quase em uníssono, os fãs nunca os queriam ter visto longe – o thrash metal.
“That Was Just Your Life”, não desilude quem se habituou a ter logo na primeira faixa um dos momentos altos dos discos dos Metallica, “The End of the Line” serve de antídoto às saudades dos riffs que os fizeram monstros e “The Day That Never Comes” para quem se tinha esquecido que, na hora de brincar aos singles, sabem como não falhar – solo, bateria, riff, peso com medida certa e variações de disparo bem à medida dos ouvidos mais rockeiros. Para dissipar qualquer dúvida de que Death Magnetic é o regresso às origens nem falta a terceira parte de “Unforgiven”.
Nem bom, nem mau, Death Magnetic não acrescenta nada ao legado dos Metallica, mas também não o enfraquece. Isso só é possível com um belo disco de rock.