Until the Colour Runs, de Lanterns on The Lake, é o segundo trabalho de estúdio do grupo de Newcastle, formado em 2008, após a saída de dois dos membros em 2012. Com nova formação e ainda a recuperar da cisão difícil, o disco é introspectivo e tranquilo mas como se tivesse energia não libertada, não entrando no sofrimento mas ficando lá muito perto.
O álbum arranca com “Elodie”, num registo indie rock celestial, com vozes ao longe e crescendo de instrumentos, guitarras distorcidas mas tudo num registo muito sereno, a fazer lembrar Sigur Rós e Explosions in the Sky. “The Buffalo Days” segue o mesmo registo com os já tradicionais instrumentais post-rock. “Until the Colour Runs”, que dá nome ao disco, é longínquo, quase como se ouvíssemos a música debaixo de água.
“Green and Gold”, só com voz e piano, é um dos temas mais íntimos e melancólicos do trabalho. Em “You Soon Learn” introduzem o violino juntamente com a guitarra e os teclados, criando uma envolvência que soa a uma mistura de Neil Young com Múm. “Picture Show”, um dos temas mais bonitos do disco, prolonga esta sensação, com o violino em destaque e a voz envolvente e etérea de Hazel Wilde. “Another Tale From Another English Town”, o primeiro single retirado do trabalho, resume bem aquilo que podemos esperar do disco.
Para ouvir com atenção em momentos mais tranquilos e de reclusão, este disco parece quase uma extensão do silêncio, com espaço para deixar a mente viajar até onde nos apetecer ir. O alinhamento é bem escolhido, evoluindo de forma bastante harmoniosa.
Este Until The Colour Run, contudo, talvez por nunca deixar escapar a pressão e a energia aprisionada, acaba por ser demasiado constante, com todas as músicas parecidas e praticamente sem nenhuma se destacar.