O que dizer desta banda de Knoxville, e do seu primeiro longa duração? Vamos por partes: os Coolrunnings são, sobretudo, Brandon Biondo e Forrest Ferguson, dois jovens rapazes que fazem música como quem faz cozinhados, misturando ingredientes estranhos em apreciável quantidade. Na cozinha, bem como na música, nem sempre se conseguem bons resultados com todas essas combinações de sabores e condimentos. No entanto, e quando resulta, quase sempre é de dar graças a Deus. Assim sendo, posso dizer-vos que Dracula Is Only The Beginning é um excelente pitéu! Respondida a primeira pergunta, passemos à segunda sem mais demoras…
Dracula Is Only The Beginning é composto por 10 temas, todos eles muito diferentes entre si, embora se perceba facilmente uma linha orientadora que permite, ao mesmo tempo, diversidade e união. Essa harmonia de conjunto é um fator importante, e julgo mesmo tratar-se de uma das razões (quiçá a principal) de eu gostar tanto deste disco, um dos meus preferidos do ano em que saiu. Podemos perceber, nessa salada americana que é o disco (eu sei que o termo gastronómico não é bem este, mas eles são norte americanos, e por isso não há nada a fazer…), ingredientes sonoros á lá carte, que vão lembrando sabores do estilo rockabilly, electro-pop de algumas bandas mais obscuras dos eighties, indie guitar rock e sei lá eu mais o quê! No conjunto, o som é bem moderno, e os Coolrunnings poderiam hoje ter sorte idêntica a muitas grandes bandas do momento (Django Django, Vampire Weekend, apenas para dar dois exemplos de conhecimento geral) se a felicidade lhes tivesse batido à porta. Mas a vida nem sempre é justa, como sabemos…
Os temas mais orelhudos do disco (mas atenção, que a expressão em itálico pode aqui ser um bocadinho duvidosa e adúltera do verdadeiro significado que costuma ter quando a utilizamos no contexto da apreciação musical) são alguns, e muito saborosos: “Thunderbirds” (um bocadinho de Joy Division q.b. que até nos faz delirar), “Dracula Is Only The Beginning” (sobrenaturalmente magnífica, e óbvio single do disco) e “Megalomania”, em jeito synthpop urbano-depressivo. Quanto ao resto, o melhor é ouvir este primeiro LP dos Coolrunnings. Sem receios absolutamente nenhuns, nem perigos de indigestões. Ah, e não se assustem com os últimos instantes do disco, ok? Depois não digam que não vos avisei.
É mais uma banda que desconheço,ou melhor,desconhecia,a música do vídeo é ótima.