Sem esquecer a raíz funk, nunca os Chromeo estiveram tão pop. E ainda bem. Este White Women roça o electro, com refrões que ficam no ouvido e faixas que resultam bem de tão simples que são. A fórmula não muda, é pop para as pistas de dança, para bater o pé ou trautear o refrão. Pop, sem dúvida, mas sem cair no azeiteiro.
O disco abre com «Jealus (I Aint It)», single deste novo trabalho, o básico da pista de dança e que é uma boa montra do que se segue. No meio de tanto electro pop, o terceiro disco dos Chromeo vai buscar um série de convidados que apuram o disco. É o que acontece com a faixa seguinte, «Come Alive», com Toro y Moi, mas que é em tudo semelhante à primeira.
É talvez o maior problema deste disco dos Chromeo. Embora se destaquem algumas faixas interessantes, como é o caso de «Over Your Shoulder» ou «Lost on The Way Home», em que Solange empresta a voz, este novo trabalho não traz grandes mudanças em relação ao último disco, também ele despudoradamente funk, a piscar o olho às pistas de dança, já com a vocação pop a espreitar. (Quem não se lembra de «Hot Mess»?) «Frequent Flye», que também já roda nas rádios, é viciante.
Há momentos maus. «Sexy Sociatile», por exemplo, é quase doloroso de ouvir. Ou «Something Good», que tresanda a disco. E, em «Fall Back to You», que fecha o disco, tentaram uma distorção à Daft Punk que fica apenas estranha. Destaque no entanto para «Ezra’s Interlude», com Ezra Koenig, um tema marcado pelo piano, tranquilo, a partir o disco ao meio, como se fosse uma pausa para descansar de tanta euforia dançante.
Os Chromeo estão com alguma dificuldade em inovar, mas talvez não o queiram fazer. A fórmula de facto resulta. Não é um dos discos do ano, mas também não aspira isso. Os Chromeo querem fazer dançar: missão cumprida.