“Baby” é uma das canções tropicalistas mais gravadas de sempre. São muitos e variados os artistas que já a cantaram, mas nenhum consegue atingir o nível das interpretações d’Os Mutantes, de Caetano (o seu autor) ou de Gal Costa. “Baby” é um tema sobre a cultura pop, sobre a ideia consumista dos finais dos anos 60, daí estar repleta de referências a coisas compráveis como sorvetes, margarinas, gasolina. No entanto, e bem ao estilo da tropicália, essas palavras misturam-se com nomes de canções (“Carolina”, de Chico Buarque) e de artistas (Roberto Carlos), sendo que alguns dos versos cantados lembram ainda, talvez em sinal de resposta, o “All You Need Is Love”, dos Beatles, embora ironicamente, uma vez que na letra da música, parece que o Amor não é coisa suficiente para satisfazer a juventude. Bela e irónica, “Baby” é bem mais do que uma canção. Ela é também um marco histórico da MPB
Canção do dia: Baby – Os Mutantes
Carlos Lopes
O autor destas linhas tem já idade para ter (algum) juízo, e isso deve notar-se, assim o espero. Os seus gostos variam, como será fácil perceber. Para além da paixão pela música, o escriba deste texto é professor de Português e Literatura Portuguesa, e é assim que ganha a vida. Com a música ganha o céu, o que já não é pouco. Tem um blog há já seis anos (http://i-blog-your-pardon.blogspot.pt/) onde escreve alguma coisa para pouca gente ler.
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